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Pioneiro na clonagem acusado de fraude está sob investigação

Por Agencia Estado
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O governo da Coréia do Sul informou nesta sexta-feira que deverá reavaliar os resultados das pesquisas do pioneiro na clonagem, o cientista Hwang Woo-Suk, para determinar a veracidade dos experimentos. A decisão foi tomada depois da denúncia, feita por um ex-colaborador, de que Hwang teria falsificado parte dos resultados de seu trabalho sobre células-tronco, publicado em junho pela revista científica Science. O professor Hwang conquistou fama porque teria clonado os primeiros embriões humanos do mundo e extraído células-tronco deles para pesquisas. O experimento, foi uma farsa, segundo a acusação de Roh Sung-Il, um dos colaboradores no trabalho. O primeiro-ministro Lee Hae-Chan liderou hoje uma reunião de emergência para discutir o caso que ganhou grande repercussão no país, onde Hwang é considerado herói nacional por suas pesquisas com células-tronco. Em seguida, o governo anunciou que vai aguardar os resultados de uma investigação interna, a cargo da Universidade Nacional de Seul, mesma instituição onde Hwang trabalhava. "O governo decidiu, em uma reunião emergência, que a autenticidade das investigações do professor Hwang têm que ser verificada por meio de uma investigação científica", disse Kim Chang-Ho, diretor da Agência Governamental de Informação. "Decidimos tomar medidas de acordo com os resultados (das investigações)", acrescentou. Investigações - Fontes da universidade disseram que sete especialistas da instituição e dois de outras entidades científicas farão as investigações. Se a comissão detectar a existência de irregularidades nos trabalhos de Hwang, replicará seus experimentos. "As investigações não devem demorar, caso a equipe de Hwang coopere com a comissão", disse Roe Jung-Hye, decano de assuntos investigativos da universidade. A imprensa sul-coreana informou que Hwang, que estava em tratamento em um hospital por problemas de estresse, fará um pronunciamento na tarde de hoje. Hwang é considerado um herói nacional e as acusações do ex-colaborador causaram comoção em toda a Coréia do Sul. Revisão - Roh Sung-Il, um dos 24 co-autores do trabalho e presidente do conselho de administração do Hospital Mizmedi, declarou ao canal de televisão KBS que Hwang concordou em pedir à revista especializada Science que "retire" seu trabalho de investigação, publicado em junho. Ou seja, a publicação da pesquisa seria desconsiderada e seus dados perderiam a validade científica. "Ele (Hwang) me disse que não havia células-tronco´, relatou Roh. Na revista, a equipe dizia ter criado 11 linhagens de células-tronco embrionárias, obtidas de embriões clonados a partir das células de pacientes. O trabalho foi aclamado mundialmente como a primeira prova de viabilidade da ´clonagem terapêutica´. Roh disse que 9 das 11 linhagens eram falsificadas e a origem das outras 2, duvidosa. As linhagens também já teriam morrido de infecção por vírus.

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