Plantas aquáticas alastram-se pelo Rio Paraíba do Sul

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Por Agencia Estado
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A mancha verde escura que tomou conta de um trecho do Rio Paraíba do Sul (foto), na altura de São José dos Campos (a 100 km de São Paulo), ameaça atingir outras cidades do Vale do Paraíba. O fenômeno, causado pela proliferação de um tipo de planta aquática, é decorrente da poluição e da baixa vazão do rio. O excesso de plantas - capitubas ou capituvas - foi notado nos últimos dias e assusta ambientalistas e moradores. A situação é agravada pela ausência de ventos e chuvas na região nas últimas semanas. "No ano passado, essa vegetação chegou a cobrir trechos de até um quilômetro, desde Jacareí até Caçapava", disse o engenheiro Mário Luiz Alves, gerente regional da Cetesb. "A tendência é se agravar, pois, por causa da estiagem, a vazão do rio está menor ainda." Desde 2000 As plantas existiam nas margens do rio, de maneira controlada. Mas com o agravamento da poluição na água, elas aumentaram. "O fenômeno vem se repetindo desde 2002", explicou Alves. O Paraíba nasce a 1.800 metros de altitude, na Serra da Bocaina (SP). Tem 1.150 km de extensão e passa por São Paulo, Minas e Rio. No trecho paulista, 100 km apresentam baixa vazão por causa das manobras nos dois principais reservatórios de abastecimento de água da região: Santa Branca e Jaguari. O de Santa Branca lançava 40 m³ por segundo de água no rio e o do Jaguari, 10 m³/s. Vazão menor Em março, a Agência Nacional das Águas estabeleceu nova estratégia para reter água nos reservatórios e manter normal o abastecimento da população. O Santa Branca diminuiu sua vazão para até 34 m³ por segundo e o Jaguari para até 7 m³/s. Com isso, o nível do Paraíba baixou e sua vazão diminuiu. Mas a do esgoto não. Em Jacareí, apenas 2% do esgoto é tratado e em São José dos Campos, 45%. Outros 34 municípios do Vale lançam seus resíduos no rio. A prefeitura de São José dos Campos informou que abriu licitação para contratar uma empresa para retirar as plantas aquáticas do rio. A limpeza é feita com dragas e terá de ser autorizada pelos órgãos ambientais. Blocos de vegetação Alves vê com preocupação esse trabalho. No ano passado, a utilização de máquinas provocou a fragmentação dessas manchas. "Blocos da vegetação desceram o rio e, em Guaratinguetá, ficaram presos nos pilares da ponte da cidade. Isso bloqueou o escoamento das águas, fazendo com que o fluxo se transferisse para as margens, provocando erosão nas cabeceiras da ponte."

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