Por que os homens não têm osso no pênis como os mamíferos?

Estudo sobre a evolução do báculo sugere que a velocidade da penetração humana pode estar por trás da falta do osso no órgão sexual masculino

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Por Redação
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A pergunta que intriga cientistas há séculos começa a ser respondida: por que os seres humanos não têm o osso do pênis, como os animais? Conhecido como báculo, o osso do órgão sexual masculino aparece em mamíferos e primatas de todo o mundo, mas varia muito em comprimento. Um estudo de rastreamento sobre a evolução do báculo sugere que a velocidade da penetração humana pode estar por trás da falta do osso.

Cientistas descobriram que o osso do pênis evoluiu em mamíferos há mais de 95 milhões de anos e estava presente nos primeiros primatas que surgiram, cerca de 50 milhões de anos atrás. A partir desse momento, o báculo se tornou maior em alguns animais e menor em outros. As informações são do jornal britânico The Guardian.

Ossos do pênis de um urso marrom Foto: Museum of Toulouse, Creative Commons via Wikimedia

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O macaco arctoides, por exemplo, não pesa mais do que 10 quilos, mas tem um báculo extremamente longo para o seu tamanho, com 5 centímetros. Já nos chimpanzés, parentes mais próximos dos humanos, o bácula é minúsculo, com medidas que variam entre 6 e 8 milímetros - comprimento menor do que uma unha humana. Para os pesquisadores, a explicação seria a duração da penetração.

O tamanho pequeno do osso se relaciona com o curto tempo de penetração, que dura sete segundos. Em grupos de chimpanzés, as fêmeas copulam com todos os machos do grupo, no que parece ser uma estratégia para evitar que os filhotes sejam mortos. 

Os cientistas acreditam que os seres humanos podem ter perdido o osso do pênis quando a monogamia surgiu como a estratégia reprodutiva dominante durante o tempo do Homo erectus, cerca de 1,9 milhões de anos atrás, os cientistas acreditam. Em relações monogâmicas, os machos não precisam manter a penetração por muito tempo e não enfrentam concorrência em relação a outros machos.

"Com a concorrência reduzida para companheiros, é menos provável que se precise de um báculo. Apesar do que você queira pensar, somos realmente uma das espécies abaixo do limite de três minutos onde essas coisas vêm a calhar", disse Kit Opie, que dirigiu o estudo com Matilda Brindle na Universidade College London.

"Acreditamos que o báculo humano desapareceu porque o sistema de acasalamento mudou esse ponto. Isso por ter sido o último prego no caixão para um báculo já diminuído, que foi, em seguida, perdido pelos seres humanos ancestrais", afirmou Opie. A pesquisa foi publicada na Proceedings of the Royal Society.

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