Preparatória para Rio+10 termina sem acordo

Última reunião preparatória para a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável é encerrada, em Báli, sem que a pauta de discussões para Joanesburgo tenha sido fechada

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Por Agencia Estado
Atualização:

A última reunião preparatória para a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), acaba de ser encerrada, em Báli, Indonésia, sem que a pauta de discussões para Joanesburgo tenha sido fechada. Segundo Marcelo Furtado, do Greenpeace, um dos observadores de entidades ambientalistas presentes à reunião, ?os Estados Unidos e a União Européia não concordaram com a proposta de financiarem os meios de implementação das metas estabelecidas, como queriam os países do G-77 - grupo dos países em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte -, interrompendo as negociações?, disse. Segundo Furtado, ?o mais provável será a realização de uma nova reunião preparatória, já em Joanesburbo, antes do início da Rio+10, em agosto, para se fechar o documento?. Para o ambientalista, ?a reunião foi uma oportunidade perdida, mas seria pior se tivesse sido fechada uma pauta ruim. Ficando em aberto, ainda há a esperança de se negociar, principalmente com a União Européia, pois os EUA querem impor sua própria agenda?. Para o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, que representou o Brasil na reunião, há um consenso de que a Cúpula de Joanesburgo deve ser centrada no plano de implementação da Agenda 21 e dos demais compromissos assumidos no Rio em 92, com objetivos e metas concretos, mas o grande impasse refere-se ao tema de comércio e finanças. ?Mas um plano de metas precisa de meios e recursos e os países desenvolvidos fogem dessa conversa, principalmente devido à inflexibilidade dos Estados Unidos?. Segundo Carvalho, ainda não existe consenso também sobre a proposta dos países latino-americanos e caribenhos de ter pelo menos 10% da energia, usada em cada país, de fontes renováveis, embora o tema tenha entrado na pauta oficial de agosto. ?Uma vitória foi a unanimidade desses grupo de países na proposta, inclusive da Venezuela, que é um país petroleiro. No entanto, o Oriente Médio faz oposição total à medida?, diz. O ministro salientou que não se encontrou a mesma vontade e determinação política da Rio 92. Os Estados Unidos, por exemplo, pretendiam reabrir discussões sobre acordos fechados, como a Convenção de Diversidade Biológica. ?Conseguimos, pelo menos, garantir, através de acordo com a União Européia, que os princípios e compromissos acordados no Rio são inegociáveis. Mas não deixa de ser desalentador que, ao invés de gastarmos energia para avançar, gastamos para evitar o retrocesso?.

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