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Presidente da Fapesp fala sobre novos desafios

Uso de terreno do Ceagesp e rede de meteorologia serão os primeiros desafios

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Carlos Vogt, terá dois grandes projetos para tocar em curto prazo. O primeiro é decidir qual será o destino do terreno do Ceagesp, que foi doado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a entidade e para a Universidade de São Paulo (USP). O segundo é a criação de um rede de meteorologia para o Estado paulista, com orçamento estimado em R$ 45 milhões. Vogt tomou posse hoje, no lugar de Carlos Henrique de Brito Cruz, que deixou a presidência da fundação porque assumiu a reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Brito continua no conselho da entidade. "Uma das coisas que preocupam é o equilíbrio no financiamento entre as macro categorias da pesquisa básica, com aplicação e aplicada, uma tônica da Fapesp que continuará", afirmou Vogt. O Sistema Integrado de Hidrometeorologia do Estado de São Paulo formará uma rede de estudos científicos sobre o clima e o tempo no Estado de São Paulo. Deverá melhorar o serviço de previsão do tempo, com o objetivo de ajudar, principalmente, os agricultores do Estado. Segundo Vogt, os projetos de pesquisas voltados para a rede já estão sendo analisados pela Fapesp. A entidade busca um convênio com o governo federal para a aquisição de equipamentos e realização de obras de infra-estrutura. Vogt conversou sobre a parceria com Carlos Américo Pacheco, secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em uma reunião na última segunda-feira, em Brasília. Além disso, outras secretarias estaduais poderão entrar como parceiras no projeto, caso das pastas do Meio Ambiente, da Agricultura e da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo. A doação do terreno do Ceagesp aconteceu no início do mês, um presente do governo federal pelos 40 anos da fundação. Ele foi passado para a esfera federal como parte do pagamento da dívida do Estado com a União. Ainda não há um uso determinado para o terreno. "Queremos agora consolidar a transferência para a Fapesp", comentou. Não há prazo para que a Fapesp assuma os 700 mil metros quadrados da área, que fica no bairro da Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. O entreposto deverá se mudar para um terreno próximo do Rodoanel "Vai depender da mudança física do Ceagesp, da construção das instalações, do andamento das obras do Rodoanel", completou. A transferência foi tema de uma conversa entre Vogt e técnicos do Ministério do Planejamento também na última segunda. Eles prometeram dar uma resposta até a semana que vem sobre como fazer para que juridicamente o terreno passe a ser de propriedade da Fapesp. Vogt dará continuidade a todos os programas atuais da Fapesp, mantendo os investimentos em bolsas no atual nível. A entidade tem por regra aplicar até 30% do seu orçamento em bolsas, mas atualmente destina cerca de 35% do valor orçamentário para esse fim. Isso porque as agências federais de fomento à pesquisa estão investindo menos em São Paulo. O orçamento da Fapesp este ano deverá ser de R$ 300 milhões. Pela lei, a entidade recebe 1% do valor da receita tributária do governo estadual. Ele se diz preparado para enfrentar um cenário de crise financeira. "Um bom administrador deve estar preparado para navegar em mar revolto e de cruzeiro", brincou. A Fapesp tornou mais rígida a aprovação de bolsas por conta das atuais dificuldades econômicas do País. O novo presidente da Fapesp, que é lingüista e poeta, manterá suas outras atividades. Ele é diretor de redação da revista eletrônica ComCiência, produzida pelo Laboratório de Estudos Avançados (Labjor) da Unicamp, do qual ele é coordenador. É também editor chefe da revista Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), onde é vice-presidente.

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