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Presidente de Israel defende visita de Bento XVI ao país

Bispos dizem que papa não deve realizar viagem por frase no Museu do Holocausto que critica Pio XII

Por Efe
Atualização:

O presidente israelense, Shimon Peres, pediu neste domingo, 19, ao papa Bento XVI, que não cancele uma futura visita a Israel por causa de uma polêmica frase que aparece junto a uma foto de seu antecessor Pio XII no Museu do Holocausto, em Jerusalém. "Não há relação entre o assunto de Pio XII e a chegada do papa", disse neste domingo, 19, Peres a um grupo de jornalistas ao ressaltar que a prevista visita do papa, ainda sem data, "não tem nada relação com disputas," mas com a Terra Santa.   A frase em questão acusa Pio XII de ter se calado enquanto milhões de judeus eram conduzidos aos campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, pois quando os relatórios sobre o Holocausto chegaram ao Vaticano não reagiu com protestos escritos ou verbais.   No sábado, o padre defensor da beatificação do pontífice, o jesuíta Peter Gumpel, advertiu em Roma que Bento XVI não visitará Israel enquanto a frase não for suprimida. Segundo Gumpel, o papa deseja visitar Israel, mas enquanto a frase não for retirada "Bento XVI não pode ir a Israel, pois o mesmo seria um escândalo para os católicos."   Após estas declarações, o porta-voz do Vaticano, o também jesuíta Federico Lombardi, minimizou a disputa e disse que a frase é algo "relevante", mas "não é um fato determinante" na decisão de uma possível viagem do papa a Israel.   Além disso, acrescentou que a viagem à Terra Santa é, como já se sabe, um "desejo" ainda não concretizado. Em comunicado, o Museu do Holocausto afirma que "qualquer visita do papa a Israel é um assunto político e, portanto, não é parte da questão (de Pio XII)."   "As pesquisas sobre o período do Holocausto, incluído o papel de Pio XII", são dinâmicas e prosseguem, acrescenta a nota, e "a apresentação do tema pelo Museu Histórico do Holocausto se baseia nas melhores pesquisas."

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