Primeiros relatórios minimizam acidente em Cataguases

O resultado da análise de amostras coletadas pela Feam em quatro pontos da área de influência do reservatório ?não indicam a presença de compostos orgânicos tóxicos em concentrações elevadas. A análise não identifica também no córrego Cágado e no rio Pomba ?metais pesados, acima dos limites determinados pela legislação ambiental?

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) de Minas divulgaram nesta quartya-feira os primeiros relatórios técnicos dos danos ambientais causados pelo rompimento, no último sábado, de um reservatório da Indústria Cataguazes de Papel. Segundo o pesquisador da Feam, José Cláudio Junqueira, cerca de 40 milhões de litros de rejeitos vazaram da barragem, atingindo parte da zona rural de Cataguases (MG), o ribeirão Cágado e os rios Pomba e Paraíba do Sul. O resultado da análise de amostras coletadas pela Feam em quatro pontos da área de influência do reservatório ?não indicam a presença de compostos orgânicos tóxicos em concentrações elevadas. A análise não identifica também no córrego Cágado e no rio Pomba ?metais pesados, acima dos limites determinados pela legislação ambiental?. De acordo com a Feam, os compostos orgânicos são constituídos por lignina, hidrocarbonetos e aldeídos. Os elementos de maior concentração identificados na amostra do resíduo foram alumínio, ferro e sódio. Ainda segundo a análise, o pH das águas já apresenta ?valores próximos da neutralidade? nos pontos coletados, e a Demanda Química de Oxigênio (baixa de oxigênio na água) que se mostrou ?elevadíssima? no resíduo está sendo diluída nos cursos de água atingidos. ?No Rio Pomba, o valor encontrado é representativo de ambiente pouco impactado?. ?Já voltou praticamente ao normal?, disse a pesquisadora Márcia Romanelli, se referindo ao ponto pesquisado. A baixa de oxigênio foi a principal causa da morte da fauna aquática, disseram os pesquisadores. O relatório do Copam alerta para um outro reservatório da empresa ? menor que a barragem que se rompeu ? e cuja capacidade de armanezamento está no limite. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas, José Carlos Carvalho, especialistas da Cemig vão examinar o outro reservatório, que ainda não se rompeu. A barragem onde ocorreu o acidente se encontra com 10% do volume total preenchido. Foi constatada ainda degradação das margens, e 17 propriedades rurais foram atingidas pelo material que escoou do reservatório. A Feam informou que vai solicitar à empresa a apresentação, num prazo de 90 dias, de ?um plano de recuperação das áreas atingidas, bem como para a desativação dos reservatórios, monitoramento do solo e da água subterrânea?.

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