Problema cardíaco tem mesmas causas no mundo todo

Estudo mais amplo já feito sobre doenças cardíacas mostra que fatores de risco são os mesmos - e foco de prevenção também

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Por Agencia Estado
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Os fatores de risco que causam problemas cardíacos são os mesmos em todo o planeta, independentemente da etnia, gênero ou idade da pessoa. Ou seja, se os enfartes são hoje a primeira causa de morte por doença em todo o mundo, isso se deve ao tabagismo, ao desequilíbrio de certas gorduras no sangue - a apolipoproteína B e a apolipoproteína A-1 -, hipertensão, diabetes, gordura abdominal, estresse, falta de consumo diário de frutas e verduras e sedentarismo. A constatação permite concluir, portanto, que o controle adequado destes fatores reduz em 90% os riscos de um ataque cardíaco. Só o consumo de tabaco e o desequilíbrio do colesterol permitem o prognóstico de dois terços dos casos de infarto. Por outro lado, o consumo regular de pequenas quantidades de álcool tem um certo efeito protetor. Dez anos O estudo foi apresentado neste domingo por Salim Yousef, da Faculdade de Medicina da Universidade de McMaster, Canadá, na reunião anual da Sociedade Européia de Cardiologia. Segundo um editor da revista The Lancet, que publicará a pesquisa em seu próximo número, quase 30 mil pessoas foram analisadas no estudo, em 52 países. O trabalho levou dez anos para ser desenvolvido, envolvendo 262 pesquisadores. Este é considerado o estudo mais importante sobre doenças cardíacas na história recente, porque deve permitir novas estratégias para a prevenção global e tratamento dos pacientes. ?Até agora, acreditava-se que risco de um ataque cardíaco só podia ser previsto em 50% dos casos?, explicou Yousef. Países em desenvolvimento ?Pelo menos 80% das doenças cardíacas no mundo são registradas em países em desenvolvimento, e 99% dos estudos sobre causas destas doenças tratam de países desenvolvidos, com população majoritariamente branca e européia?, compara o pesquisador. O novo estudo mostrou, entre outros detalhes, que o estresse tem um papel muito mais importante como fator de risco para problemas cardíacos. A pesquisa envolveu 15.152 pessoas que já tinham sofrido um enfarte e 14.820 saudáveis.

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