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Produtores pedem liberação da soja transgênica

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma manifestação pela liberação da comercialização da soja transgênica reuniu cerca de 3 mil produtores do Planalto gaúcho em Passo Fundo na tarde desta quinta-feira. Os agricultores reuniram-se no Parque de Exposições da cidade, ouviram discursos de líderes sindicais e depois, em carreata, percorreram toda a Avenida Brasil, que corta a cidade de norte a sul. É voz corrente na região que pelo menos 70% da soja que será colhida em 40 dias é transgênica, tendo sido plantada ilegalmente. Os produtores se sentem ameaçados pela ação da Polícia Federal desde que o delegado Mário Vieira anunciou, há duas semanas, que poderá interditar lavouras e apreender a colheita. E usam o argumento econômico para tentar convencer o governo a autorizar a comercialização. Estimativas de entidades ligados à agricultura indicam que o complexo soja movimenta R$ 13 bilhões por ano no Rio Grande do Sul. O vice-presidente do Sindicato Rural de Erechim, Edezio Detoni, não é plantador de soja, mas também estava na manifestação e apóia a reivindicação dos produtores. Como suinocultor que tem um plantel de 800 matrizes e 5 mil animais, ele acredita que a liberação beneficiaria toda a cadeia, inclusive quem, como ele, compra ração feita à base de farelo de soja. ?Se ficarmos na produção convencional vamos perder competitividade?, prevê. Os agricultores haviam planejado concentrar-se na frente da sede da Polícia Federal, onde o delegado Mário Vieira tomaria depoimentos do presidente da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, e do presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, Carlos Alberto Fauth, para inquéritos que investigam o plantio de transgênicos na região feitos a pedido do Ministério Público Federal. Diante da perspectiva de ter milhares de pessoas concentradas em frente ao prédio, Vieira transferiu a audiência para o dia 27. Os agricultores mantiveram a manifestação, mas mudaram de endereço, e dirigiram-se diretamente ao parque de exposições, sem passar pelo delegacia da Polícia Federal.

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