Um estudo feito pelo Instituto deEstudos Socioeconômicos (Inesc), com base nas liberações deverbas feitas pelo governo, mostrou que até 10 de maio 21projetos ambientais geridos pela União receberam em conjuntoapenas 1,86% dos recursos previstos no Orçamento de 2002. Odocumento mostra que o investimento no setor foi reduzido em R$341,7 milhões, o equivalente a um terço da verba aprovada paraeste ano, de R$ 1,040 bilhão. O levantamento, feito pelo assessor ambiental do Inesc,Hélcio de Souza, revela que oito dos 21 projetos tocados pelogoverno na área ambiental estão com execução inferior a 1% eapenas quatro registram investimentos acima de 5% do que estavaprevisto. Souza ressalta que entre os programas que receberamvalores irrisórios estão os de conservação das florestastropicais e da preservação da biodiversidade. Segundo o técnico do Inesc, a redução das verbas podecomprometer a posição do País na Rio+10, a conferência ambientalque começa em agosdo, na África do Sul, uma década depois da Rio92. "O corte significa inviabilizar qualquer política ambientalno Brasil em 2002. A sociedade precisa reagir energicamente pararecompor este orçamento", afirma Souza, em nota divulgada peloInstituto. Ele afirmou ainda que o setor está sendo sacrificadocom constantes contigenciamentos de recursos, que foram de 40%em 2001 e chegaram a 60% este ano. O Ministério do Meio Ambiente reconheceu que a situaçãoé grave e confirmou que dos recursos previstos para este ano -R$ 1,152 bilhão, segundo o MMA - apenas R$ 370 milhões serãoliberados por causa dos cortes orçamentários determinados pelaárea econômica do governo. Na tabela elaborada pelo Inesc, o único programa queaparece com aplicação de recursos acima de 10% é o que trata daprevenção e do combate a desmatamentos, queimadas e incêndiosflorestais, que aplicou R$ 4,9 milhões dos R$ 29 milhõesprevistos, o que significa 17,13%. Entre os 21 projetos, pelo menos seis ainda não tiveramliberação: Turismo Verde, Pantanal Matogrossense, ProgramaNossos Rios, envolve os rios São Francisco e Araguaia-Tocantins;além da Gestão do Pró-Água e Despoluição de BaciasHidrográficas. Outros projetos, segundo o levantamento feito em maiopelo Inesc, ficaram com pouquíssimos recursos, como osreferentes à educação ambiental, que recebeu apenas 1,15%; Águasdo Brasil, com aplicação de 0,98% do previsto e o Brasil JogaLimpo, para o qual foram repassados apenas 0,24% dos R$ 95milhões orçados neste ano, além da Amazônia Sustentável, querecebeu R$ 1,3 milhão dos R$ 121 milhões programados para 2002,o equivalente à 1,14% do Orçamento.