Proposta de Bush para aquecimento global é criticada

A economia norte-americana emite, hoje, 183 toneladas de gases de efeito estufa para cada milhão de dólar do Produto Interno Bruto (PIB). O objetivo do plano Bush é diminuir para 151 toneladas por milhão de dólar do PIB, em 2012.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje, Dia dos Namorados nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush anunciou seu plano para que os EUA diminuam sua contribuição para o aquecimento global. Bush parece ter feito as contas erradas, pois sua proposta pode piorar o quadro, ao invés de melhorar. Em vez de reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa - principalmente do gás carbônico resultante da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral - o plano propõe um aumento da eficiência econômica. Uma redução de 7% no total das emissões americanas medidas em 1990, até 2012, estava prevista no Protocolo de Kyoto, que o governo Bush abandonou em março de 2001. Desde então, Bush tem sido pressionado pela União Européia, cujos países-membros devem ratificar o acordo até a metade do ano, e pelo Japão que, apesar da persistente crise econômica, avança no cumprimento do protocolo. O presidente Fernando Henrique Cardoso também tem criticado a posição americana nos foros internacionais de que tem participado. A economia norte-americana emite, hoje, 183 toneladas de gases de efeito estufa para cada milhão de dólar do Produto Interno Bruto (PIB). O objetivo do plano Bush é diminuir para 151 toneladas por milhão de dólar do PIB, em 2012. Uma redução de 18% das emissões americanas nos próximos dez anos, se o PIB permanecesse o mesmo. O primeiro problema é que as emissões atuais dos Estados Unidos já são mais de vinte por cento maiores que as de 1990. O segundo problema é que a economia americana deve crescer mais que 18% na próxima década. O físico José Goldenberg, atual Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, localiza "características de sofisma na proposta, oposta ao Protocolo de Kyoto, que estabelece redução líquida das emissões." Por participar das reuniões internacionais sobre aquecimento global, desde seu início, Goldenberg preocupa-se com os próximos passos: "Embora as idéias estejam mal colocadas, elas mostram que as pressões internacionais tiveram algum efeito. É preciso continuar, apontando os equívocos."

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