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Proteína sintética reduz risco de câncer de mama

Por Agencia Estado
Atualização:

Sabe-se que a gravidez reduz o risco de câncer de mama. Agora, pesquisadores que se reuniram em Baltimore recentemente dizem que podem ter encontrado uma maneira de imitar a natureza e reduzir o risco para todas as mulheres. Até agora, eles fizeram experiências com ratos, freqüentemente um beco sem saída de terapias para o câncer quando os resultados não podem ser repetidos em humanos. Mas outros cientistas estão otimistas quanto ao sucesso desta pesquisa. Quando uma mulher está grávida, o feto produz uma proteína que aparece no sangue da mãe por volta da 12.ª semana de gestação. Conhecida como alfa-fetoproteína, ou AFP, a substância reduz as chances do desenvolvimento de câncer de mama no futuro. Pesquisadores dizem que a mãe reduz o risco de câncer de mama cada vez que engravida. Quanto mais jovem ela é na primeira gravidez, maior é o benefício. Ter gêmeos ou trigêmeos aumenta o efeito benéfico. O fenômeno é documentado há anos. Pesquisadores do Texas concluíram em 1998 que uma mulher que engravida antes dos 20 anos tem cerca de metade das chances de ter câncer de mama do que a que engravida depois dos 26. As descobertas são a base de uma terapia para o câncer em estudo por uma equipe que discutiu as conclusões preliminares na conferência Fronteiras da Pesquisa da Prevenção do Câncer, em de Baltimore. Cientistas da Faculdade de Albany (Nova York) criaram um peptídeo - seqüência de aminoácidos - com as características químicas da AFP e o deram a milhares de ratos com implantes de células de câncer de mama. Descobriram que esse peptídeo, o AFPep, deteve o crescimento das células cancerosas e reduziu o número de tumores em 23%. Quando o AFPep foi combinado com tamoxifeno - droga usada para tratar câncer de mama -, os tumores foram reduzidos em 77%. "Trata-se de uma proposta nova e de uma maneira totalmente nova de pensar o tratamento do câncer de mama", disse Thomas T. Andersen, bioquímico e pesquisador da faculdade de Albany. O tamoxifeno é usado há quase 20 anos para tratar o câncer de mama. Ele funciona neutralizando os efeitos do estrogênio, que, acredita-se, promove o crescimento das células do câncer. Embora especialistas afirmem que seus benefícios superam em muito os riscos, estudos o associaram a efeitos colaterais que incluem coágulos sanguíneos, problemas visuais e câncer uterino. Andersen afirmou que o AFPep poderia reduzir esses efeitos colaterais. Agora, ele procura uma empresa farmacêutica para patrocinar testes em pessoas.

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