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PT diz que gaúchos têm semente para lavoura não-transgênica

O plano de reconversão da lavoura apresentado nesta terça pela bancada petista sugere estímulos à produção, beneficiamento e armazenamento de sementes de soja não-transgênica no Estado

Por Agencia Estado
Atualização:

A oferta de sementes não seria problema para garantir uma lavoura de soja totalmente convencional no Rio Grande do Sul, segundo o PT. A produção é suficiente para o cultivo de 3,5 milhões de hectares no Estado, disse, nesta terça-feira, o deputado estadual Elvino Bohn Gass (PT), com base em dados repassados pela Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul). Na safra 2002/03, o Estado semeou 3,510 milhões de hectares da oleaginosa, conforme pesquisa feita pela Emater/RS em fevereiro, num crescimento de 6,5% ante a lavoura anterior. A colheita da soja acontece entre março e maio no Rio Grande do Sul. A produção foi estimada em 7,7 milhões de toneladas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como não há estatísticas sobre a soja transgênica, a bancada do PT evita citar números para não alimentar a polêmica. Na última safra, o volume de sementes convencionais vendidas foi suficiente para 24% da lavoura, mas como os agricultores tradicionalmente multiplicam sementes em suas propriedades, este dado não serve de indicativo, disse Bohn Gass. O plano de reconversão da lavoura apresentado nesta terça pela bancada petista sugere estímulos à produção, beneficiamento e armazenamento de sementes de soja não-transgênica no Estado, via linhas de crédito para custeio, investimento e capital de giro para as empresas. A bancada do PT no Legislativo gaúcho quer a instalação de barreiras fixas e móveis nas fronteiras para impedir a entrada clandestina de sementes e grãos de soja. Nos pontos de barreira seriam aplicados testes qualitativos nos produtos que entrassem no País. Outra idéia incluída no plano de reconversão elaborado pelo PT é condicionar as operações de crédito e emissão de Cédulas de Produto Rural para custeio, comercialização e investimento à utilização de sementes, grãos e derivados comprovadamente não-transgênicos. Os deputados petistas ressaltaram que sua proposta deve passar por um intenso debate na sociedade. O processo vai começar nesta quinta-feira, quando os parlamentares estarão reunidos com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro). A bancada também será recebida em audiência pelo governador Germano Rigotto (PMDB) nesta quarta-feira.

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