Quase um quarto dos municípios faz racionamento

Oferta de água tratada aumentou no País, mas 23% dos municípios enfrentam escassez todos os anos

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Por Agencia Estado
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A oferta de água per capita aumentou na década de 90, mesmo assim quase um quarto dos municípios brasileiros não consegue se livrar do racionamento. Em 2000, 1.267 (23%) dos 5.507 municípios precisaram controlar o consumo da água, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo IBGE. A maior parte dos municípios que racionam (41,7%) é obrigada a economizar água todo ano nos períodos de seca e está localizada no Nordeste. No Sul e no Sudeste, o racionamento acontece principalmente em cidades turísticas, quando a população aumenta muito no verão. Problemas nos reservatórios e baixa capacidade de tratamento são outros motivos para a redução forçada do consumo da água. Há dois anos, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico revelou que a oferta de água tratada aumentou de 190 litros diários por habitante em 1989 para 240 litros em 2000. Esta medida é obtida com a divisão do total de água distribuída pela população brasileira, mas não significa que é a água disponível para uso doméstico, porque o índice inclui água usada na agricultura e pelas indústrias. Serve, apenas, como medida para calcular a quantidade de água distribuída. Além da oferta crescente, o IBGE constatou um aumento de 83,5% no número de estações de tratamento. Eram 2.485 em 1989 e passaram a 4.560 em 2000. Apesar desses bons resultados, aumentou a proporção de água distribuída sem tratamento. Em 1989, apenas 3,9% do total distribuído não era tratado. Em 2000, o percentual passou para 7,2%. Eram 10 litros per capita de água não-tratada distribuídos diariamente e passaram a quase 20 litros em dez anos.

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