Queimadas batem recorde em novembro

Índice mensal de focos de fogo corresponde ao dobro dos registros de 2001 e 3,6 vezes os de 2000

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Por Agencia Estado
Atualização:

As chuvas fortes de verão já diminuíram sensivelmente o uso do fogo na maior parte do território nacional, mas novembro seguiu a tendência geral de 2002 e também bateu o recorde de queimadas, se comparado a igual período dos anos anteriores. Foram 30.613 registros, quase o dobro de novembro de 2001, quando foram detectados 15.735 focos. Em relação a novembro de 2000, com 8.474 focos, o índice atual é 3,6 vezes maior. A maior parte dos focos de fogo concentra-se nas regiões Norte e Nordeste, onde a estação é seca e o uso do fogo ainda é esperado. O estado que mais queimou foi o Pará, com 8.216 registros, segundo dados coletados pelos satélites NOAA e processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pela Embrapa Monitoramento por Satélite. Em seguida vêm o Maranhão, com 6.511 focos, e o Ceará, com 4.935, localizados, sobretudo, no sertão. Do centro para o norte do Piauí e no sertão mais seco de Pernambuco , Rio Grande do Norte e Paraíba, o índice de registros também é bem alto. A surpresa está no Pantanal, que continua queimando intensamente, quando a expectativa seria de redução drástica no número de focos, como aconteceu em todo o resto do Centro-Sul, devido às chuvas. No Mato Grosso do Sul, o total de focos do mês foi 2.427 e, no Mato Grosso, 2.268. A grande maioria dessas queimadas esteve concentrada no Pantanal, embora o fogo tenha sido igualmente intenso no arredores, como a Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul. Dentro do Parque Nacional do Pantanal, no Mato Grosso, foram detectados pelo menos 17 pontos de incêndio. Em diversas outras unidades de conservação também ocorreram incêndios. Na Reserva Biológica (Rebio) do Lago Piratuba, no Amapá, os satélites registraram 117 focos durante o mês, enquanto na Rebio do Gurupi, no Maranhão, foram 85 pontos de incêndio e na Rebio do Guaporé, em Rondônia, 23. Entre os parque nacionais, foram atingidos o de Cabo Orange, no Amapá (14 focos); o da Amazônia, no Pará (7 focos); o dos Lençóis Maranhenses, no Maranhão (4 focos); os da Serra das Confusões, Serra da Capivara e Sete C idades, todos no Piauí (3, 1 e 1 foco); o das Emas, em Goiás (6 focos) e o da Chapada Diamantina, na Bahia (4 focos). Tanto as reservas biológicas como os parques nacionais são considerados unidades de conservação de proteção integral, onde não deveria haver uso do fogo, admitido apenas em pequenas roças de unidades de conservação de uso sustentável (reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável). Das terras indígenas, o recorde foi para o Parque Indígena do Tumucumaque, no Amapá, onde ocorreram pelo menos 138 focos de fogo e para a Terra Indígena Awá, no Maranhão, com 47 focos. A área 2 dos Araras, localizada na Transamazônica, no Pará, também queimou bastante.

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