Uma megaexplosão no espaço pode ter causado a extinção da vida na Terra há cerca de 450 milhões. A hipótese foi lançada por um estudo de cientistas da Nasa e da Universidade do Kansas. De acordo com os pesquisadores, uma gigantesca quantidade de raios gama emitida pela explosão de uma estrela - o fenômeno é a mais poderosa explosão conhecida - teria atingido a Terra por dez segundos, o suficiente para acabar com metade da camada de ozônio do planeta. Como, de acordo com o estudo, a recuperação da proteção levaria cerca de cinco anos, os raios ultravioleta emitidos pelo Sol teriam sido responsáveis pela destruição da maior parte da vida existente na Terra - basicamente plantas - e próxima à superfície de oceanos e lagos - animais e plânctons -, afetando grandemente a cadeia alimentar. A base da teoria é suportada por uma abordagem conhecida como modelagem atmosférica, por meio da qual foi calculada a radiação gama da explosão estelar. Os dados utilizados na análise foram obtidos a partir do observatório espacial Swift, lançado em novembro de 2004 para auxiliar no estudo de emissões de raios gama. Efeito devastador Explosões de raios gama na Via-Láctea são raras, mas os cientistas norte-americanos estimam que pelo menos uma delas teria atingido a Terra no último bilhão de anos. Estima-se que a vida no planeta tenha surgido há 3,5 bilhões de anos. ?Uma explosão de raios gama com origem a menos de 6 mil anos-luz da Terra teria um efeito devastador na vida do planeta?, afirma Adrian Melott, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade do Kansas, em comunicado da Nasa. ?Não sabemos exatamente quando o fenômeno teria ocorrido, mas estamos certos de que ele ocorreu - e que deixou a sua marca. A informação mais surpreendente resultante do estudo foi descobrir que apenas dez segundos de exposição àquela radiação pode ter causado anos de destruição à camada de ozônio?, disse Melott. Os resultados da pesquisa serão publicadas no periódico Astrophysical Journal Letters, em artigo que traz como primeiro autor Brian Thomas, da Universidade do Kansas.