Realizado na Itália o primeiro transplante de mandíbula

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Por Agencia Estado
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O primeiro transplante de mandíbula do mundo foi realizado em Roma, no hospital Regina Elena, da Universidade La Sapienza, em um paciente de 80 anos cujo estado geral é agora "satisfatório". O operação, divulgada hoje, foi realizada na quinta-feira pelo professor Giuseppe Spriano em um homem afetado por uma forma grave de câncer na cavidade bucal. A intervenção durou 11 horas, declarou o chefe da equipe médica em sua entrevista à imprensa: começou às 9h30 da manhã e terminou às 20h30 (hora local). O idoso paciente passou a noite em uma unidade de terapia intensiva e "agora seu estado geral é satisfatório" - embora a equipe ainda mantenha reservas a respeito, tanto devido à complexidade do procedimento cirúrgico como pelas condições gerais do enfermo, "levando-se em conta sua idade avançada". O diretor científico do hospital Regina Elena, Francisco Cognetti, indicou que está em vias de ser superada a fase crítica do paciente - o primeiro do mundo a se submeter a um transplante de mandíbula. O osso utilizado no transplante veio do hospital de Cesena, no nordeste da Itália. Foi tratado em um hospital de Bolonha, onde foi submetido a radioterapia e conservado em nitrogênio líqüido a fim de mantê-lo esterilizado e eliminar os componentes celulares que estimulam a rejeição. O ministro italiano da Saúde, Girolamo Sirchia, qualificou a cirurgia como um novo êxito da Itália no setor dos transplantes. Sirchia elogiou os centros italianos de terapia de caráter científico e observou que "o resultado de hoje não surpreende", já que "a Itália alcançou nesse setor um nível que se coloca entre os mais altos da Europa". Com o transplante de mandíbula realizado na Itália diminui a lista dos órgãos que ainda não foi possível transplantar. Recentemente, foi feito um transplante de menisco e no ano passado um de útero e de ovários. Também já se considera possível, a curto prazo, um transplante dos ossos da face.

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