25 de novembro de 2008 | 15h01
Depois de vários dias de tentativas, astronautas finalmente conseguiram testar com sucesso o equipamento que converte urina em água potável - uma necessidade para sustentar o aumento na tripulação permanente da Estação Espacial Internacional (ISS), que passará de três para seis pessoas a partir de 2009. "Não quero estragar nada, mas acho que a palavra adequada é 'yipiee!'", disse o comandante da ISS, Mike Finckle, ao controle de missão na manhã desta terça-feira, 26. Os astronautas tiveram cinco dias de tentativas frustrantes de fazer o processador de urina funcionar, mas até esta terça a máquina não havia sido capaz de operar continuamente por quatro horas, o que era necessário para um teste bem-sucedido. a Nasa já havia decidido prorrogar a missão do ônibus espacial Endeavour, atualmente ligado à ISS, em um dia, para que os astronautas visitantes pudessem ajudar a ajustar o processador ou, até, trazer peças para reparo em terra. O processador de urina é parte de um aparelho de reciclagem de água de US$ 154 milhões, levado à ISS pelo Endeavour. Amostras da água gerada a partir de urina, suor e condensação serão trazidas para a terra para serem examinadas. O aparelho, do tamanho aproximado de dois refrigeradores colocados lado a lado, funciona como um destilador, um equipamento que ferve uma mistura de água com outras substâncias. Ao evaporar, a água se separa do restante da mistura, e ao condensar-se o vapor gera água pura. Na Terra, a separação é feita por gravidade: o vapor é mais leve que a parte sólida da mistura e flutua para longe. No espaço, onde é impossível contar com a gravidade, o aparelho usa uma centrífuga que concentra as impurezas nas paredes do equipamento e deixa o vapor limpo no centro. Era essa centrífuga que estava dando problemas aos astronautas. Esse vapor é então bombeado para o interior de um filtro. Substâncias químicas que aderem às impurezas também são acrescentadas, para aumentar o tamanho dos flocos de sujeira e facilitar o trabalho do filtro. Técnicos da Nasa dizem que a água obtida dessa forma é mais pura que o exigido pelos padrões de saúde pública . Espera-se que, quando estiver plenamente operacional, o reciclador de água corte a necessidade "importação" de água da Terra em 65%, gerando cerca de três toneladas de água potável a cada ano. A Nasa também espera que o acompanhamento da operação do sistema na ISS ajude a aperfeiçoar o processo para uso em viagens futuras à Lua ou outros destinos no Sistema Solar. (com Associated Press)
Encontrou algum erro? Entre em contato