Rede vai monitorar incidência de raios no País

Sensores cobrem dois-terços do Brasil e vão permitir estudos aprofundados sobre as descargas atmosféricas

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Por Agencia Estado
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Recordista mundial em incidência de raios, o Brasil ganhou a terceira maior rede de monitoramento de descargas atmosféricas. O sistema Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat) foi lançado na quarta-feira no Rio e passa a oferecer na internet informações como a trajetória de tempestades e a localização e a intensidade de descargas atmosféricas, responsáveis por danos à rede elétrica, prejuízos materiais e mortes. Todos os anos, os prejuízos chegam a R$ 500 milhões e cerca de cem brasileiros morrem vítimas de raios. De acordo com Osmar Pinto, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que participa do projeto, o Brasil contabiliza cerca de 60 milhões de raios por ano. Um dos motivos para a alta incidência é a intensa formação de nuvens de desenvolvimento vertical, responsáveis por tempestades e descargas atmosféricas. Com 25 sensores agora espalhados em dois terços do País, a rede só perde em capacidade para as dos Estados Unidos e Canadá. As informações serão úteis para meteorologistas e outros pesquisadores do clima. Internet O sistema nasceu de uma parceria entre as geradoras de energia elétrica Furnas e Cemig e o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), em 1998. Com a entrada do Inpe no ano passado, os técnicos passaram a operar um sistema nacional, cujas informações estão disponíveis no site www.rindat.com.br. Os sensores, concentrados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, captam a radiação emitida pelas descargas e enviam a localização para uma central. O sistema utiliza a tecnologia GPS e a precisão da localização dos raios varia em 500 metros. A perspectiva é de que outros 30 sensores sejam instalados até 2005. De acordo com o superintendente de Furnas, Carlos Nadalutti, a estatal já investiu cerca de US$ 2 milhões no projeto, estratégico para a empresa. Nos últimos dez anos, 40% dos desligamentos das linhas de transmissão foram causados por descargas atmosféricas.

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