Relação de áreas contaminadas em SP pode aumentar

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Por Agencia Estado
Atualização:

A lista divulgada esta semana pelo governo do Estado de São Paulo, com a relação de 255 áreas comprovadamente contaminadas por produtos químicos de empresas poluentes, pode aumentar. A possibilidade é admitida pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). A relação pode ser revista porque outros lugares estão sendo avaliados. Desde 1994, ano em que foi iniciado o cadastro de terrenos contaminados no Estado, a Cetesb identificou 640 locais com atividades potencialmente poluidoras - postos de gasolina, indústrias químicas em geral e refinarias de petróleo. Outras 385 áreas estão sendo analisadas. Até que se comprove a contaminação, o levantamento passa por fases que vão do cadastro a coleta e exames de amostras de solo e água. O gerente da Coordenadoria de Gestão em Áreas Contaminadas da Cetesb, Eduardo Luís Serpa, considera que, por esse levantamento, podem surgir novas áreas com algum tipo de poluição do solo e da água. Por isso, prevê que logo a lista de 255 locais terá de ser atualizada. Sobre o fato de terrenos sob suspeita não terem sido divulgados, Serpa explicou que o resultado dos exames de solo e da água também pode não confirmar a suspeita. Nesse caso, a divulgação antes de um relatório final causaria alarme desnecessário. Três mil O especialista no estudo de águas subterrâneas e presidente do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), geólogo Aldo da Cunha Rebouças, afirma que existem mais de 3 mil áreas contaminadas no Estado, sendo mais de 70% na Grande São Paulo. Esse número, segundo ele, é público e foi divulgado há um ano, durante exposição na Cetesb do resultado do levantamento das áreas contaminadas. Rebouças destaca que não participou do levantamento, mas esteve na exposição dos resultados e em reuniões de avaliação do trabalho. Ele foi, durante dez anos, diretor do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da USP e, nessa condição, tinha contatos freqüentes com a companhia. A Cetesb, no entanto, contesta a informação. "Nunca houve uma lista com 3 mil áreas", rebateu o gerente da Coordenadoria de Gestão em Áreas Contaminadas da Cetesb. Serpa classificou como "absurda" a hipótese. Para ele, o número citado por Rebouças pode ter relação com a estimativa de indústrias químicas existentes em São Paulo. "No Estado, deve haver mais de 100 mil empresas. Nesse universo, quando se consideram quantas são as indústrias químicas, vai se chegar a um total que pode ser de 3 mil, mas é uma estimativa."

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