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Remédio reduz à metade recaída em câncer de mama

Três estudos combinados mostram que Herceptin pode marcar uma virada no combate à doença

Por Agencia Estado
Atualização:

O remédio Herceptin, que só ataca as células doentes, obteve excelentes resultados contra o câncer de mama, revelaram nesta quinta-feira três estudos publicados pela revista New England Journal of Medicine. Quando aplicado nas primeiras fases do câncer, o remédio conseguiu reduzir pela metade o total de recaídas e poderia ser um caminho rumo à cura da doença. Os três estudos combinados agruparam um total de 6.500 mulheres que sofriam de câncer de mama em suas primeiras fases. No primeiro dos estudos, realizado pela farmacêutica Roche, 220 mulheres que receberam um tratamento normal durante o período de um ano voltaram a desenvolver câncer, tiveram outros tipos de tumores ou morreram. Quando receberam Herceptin, o número de mulheres com esses quadros caiu para 127. Os outros dois estudos revelaram resultados similares, destacou a New England Journal of Medicine. Segundo os especialistas, o Herceptin poderia ser o remédio mais importante contra a doença desde que apareceu, há uma década, o Tamoxifen, remédio que revolucionou o tratamento ao centrar seus efeitos sobre as células cancerígenas sem alterar as saudáveis. "Em 1991, não acreditava que poderíamos curar o câncer de mama. Em 2005, estou convencida de que conseguiremos", disse Jo Anne Zujewski, diretora de tratamento oncológico do Instituto Nacional do Câncer, do governo dos EUA. Debbie Saslow, diretora da Divisão de Câncer de Mama da Sociedade contra o Câncer dos EUA, disse que, embora os resultados dos estudos sejam impressionantes, "ainda é muito cedo para se falar de uma cura". Também não está claro se a administração do Herceptin, aprovada pelo governo dos EUA para o tratamento de casos de câncer avançado, deveria ser acompanhada por outro tipo de quimioterapia, radiação ou cirurgia. O câncer de mama é o mais freqüente entre as mulheres e, segundo a Sociedade contra o Câncer dos EUA, deve afetar neste ano 211.240 mulheres nos Estados Unidos. Desse total de casos, 40.870 levarão à morte da paciente.

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