Renda e boa saúde não diminuem risco de demência

Relatório derruba tese de que uma boa saúde aos 80 anos reduz risco de doenças como Alzheimer

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pessoa rica e saudável não está protegida contra o desenvolvimento de demência na velhice, diz um estudo do Conselho de Pesquisa Médica britânico. Relatório publicado na revista Public Library of Science Medicine traz análise dos casos de 13 mil pessoas acima de 65 anos, em cinco áreas da Inglaterra e País de Gales, foram pesquisadas. Pesquisadores descobriram que pessoas que vivem em áreas economicamente mais beneficiadas, onde há melhores registros de saúde e maior expectativa de vida, tinham os mesmos riscos de desenvolver este problema cerebral. Os pesquisadores também descobriram que o risco de desenvolver o problema não diminuía conforme a pessoa entrasse com boa saúde nos 80 anos de idade, como outros estudos tinham concluído. Inesperado A chefe da pesquisa, a médica Fione Matthews, disse que os resultados foram inesperados. "A nova pesquisa vai ajudar os responsáveis pelo planejamento de atendimento às pessoas com demência, agora e no futuro", afirmou. Especialistas em Doença de Alzheimer, a causa mais comum de demência, afirmam que a descoberta é surpreendente. Susanne Sorensen, chefe de pesquisa na Sociedade Britânica de Alzheimer, afirmou que a doença não discrimina "entre ricos e pobres". Risco igual O estudo entrevistou pessoas em cinco lugares diferentes da Inglaterra e País de Gales, que apresentavam diferentes níveis de risco de doenças cardiovasculares e descobriram que o risco de desenvolver demência era igual em todas as áreas. Segundo o relatório, entre indivíduos que tinham entre 75 e 79 anos, uma a cada 70 pessoas desenvolviam demência por ano. No grupo de pessoas com 85 anos de idade ou mais, o número aumentava para uma entre 15 pessoas. Segundo estimativas feitas pela pesquisa, cerca de 163 mil novos casos de demência ocorrem a cada ano na Inglaterra e País de Gales.

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