Rússia faz críticas ao acordo contra o efeito estufa

"A opinião pública concentra-se apenas nas conseqüências negativas da mudança climática, mas há também conseqüências positivas", dise um assessor de Putin

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um importante assessor do presidente russo, Vladimir Putin, expressou fortes objeções à assinatura do Protocolo de Kyoto, alegando que o acordo para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa não tem base científica e pode limitar o desenvolvimento da Rússia. Apesar de Andrei Illarionov, assessor econômico de Putin, não ter descartado a assinatura do tratado, suas críticas diminuem as esperanças da aprovação do documento pelo governo russo. Para entrar em vigor, o protocolo de 1997 tem de ser ratificado por pelo menos 55 dos países que, em conjunto, eram responsáveis pela emissão de 50% dos gases poluentes no planeta em 1990. Depois de os Estados Unidos terem se negado a assinar o Protocolo, sua aprovação depende da ratificação russa. "A opinião pública concentra-se apenas nas conseqüências negativas da mudança climática, mas há também conseqüências positivas tanto para o nosso país como para o resto do planeta", disse Illarionov, dando eco às declarações de Putin, na segunda-feira, sobre os possíveis benefícios para a Rússia, em virtude do aquecimento global. As colheitas seriam maiores, o consumo de energia diminuiria e vários mares gelados seriam abertos para a navegação na costa russa, segundo a administração Putin. Mas o vice-ministro de Situações Emergenciais russo, Yuri Vorobyov, questionou o otimismo de Illarianov afirmando aos participantes da Conferência Mundial de Mudança Climática, que acontece em Moscou, sobre as possíveis inundações e danos à infra-estrutura do país com as temperaturas mais quentes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.