Rússia ratifica adesão e Protocolo de Kyoto pode vigorar

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Por Agencia Estado
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, promulgou nesta sexta-feira o ato de adesão formal do país ao Protocolo de Kyoto, informou o Kremlin. Com a ratificação russa, o tratado internacional que estabelece metas para a redução das emissões de gases poluentes poderá entrar em vigor a partir de 90 dias. A decisão da Rússia põe fim a uma queda de braço entre países favoráveis à implantação de medidas para evitar o aquecimento global, sobretudo os europeus, e os Estados Unidos, os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, contrários ao tratado. A Rússia, terceiro maior emissor (cerca de 17% do total global), era o único país capaz de fazer o protocolo entrar em vigor. O tratado, formulado em 1987, requer a ratificação de pelo menos 55 países industrializados que representassem 55% das emissões globais em 1990, e o boicote americano (36% do total) não permitia atingir esse índice de adesão. Putin anunciou em setembro a decisão de ratificar o protocolo, mas o ato formal dependia do parlamento, onde se previa forte resistência. Não foi o que aconteceu. A despeito das alegações de membros do próprio governo russo, de que o acordo prejudicará a economia do país por limitar sua atividade industrial, a Câmara Baixa (Duma) aprovou a adesão por 334 votos a 73 no início de outubro; poucos dias depois em 27 de outubro, a Câmara Alta referendava a adesão por 139 votos a favor e apenas um contra. A adesão russa, por ser valiosa, foi bem negociada. Putin passou alguns anos acenando aos Estados Unidos com a possibilidade de integrar o bloco dos contrários ao tratado - como a Austrália -, buscando obter vantagens políticas e econômicas dos americanos. De outro lado, acenava aos europeus com a ratificação. No fim, o governo russo ganhou da União Européia o apoio para que a Rússia seja admitida na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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