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Sacrifício de aves expande a gripe, alertam especialistas

Pressão sobre aves selvagens faz com que procurem outras áreas, e o estresse predispõe às infecções

Por Agencia Estado
Atualização:

A organização internacional de ornitologia BirdLife advertiu nesta quinta-feira que o sacrifício de aves aquáticas silvestres e a drenagem de pântanos poderiam expandir indiretamente a gripe aviária devido à dispersão e a pressão sobre os sobreviventes. A organização se opõe "por razões práticas e conservacionistas" ao sacrifício de aves aquáticas, porque considera que isso aumenta a propagação da gripe aviária e causa um maior estresse nos animais sobreviventes, com a conseqüente maior propensão a contrair infecções. A BirdLife acrescentou que qualquer tentativa de drenar as zonas úmidas, como cogitaram alguns governos asiáticos, também seria "contraproducente" para o meio ambiente, pois os pássaros buscariam alternativas e voariam mais longe, com rotas em piores condições e maiores chances de contrair a infecção. Para a organização, as medidas mais eficazes contra a gripe aviária "em nível mundial" são os controles que reduzem o contato entre aves domésticas e silvestres e até a proibição de importações de pássaros das zonas afetadas. A BirdLife manifestou, em um comunicado, sua oposição às "medidas radicais" adotadas contra a gripe aviária e que podem ameaçar muitas espécies de aves e atentar contra a biodiversidade. Segundo a organização, não há provas evidentes de que as aves migratórias tenham contribuído para o contágio da doença de um país para outro, embora esta possibilidade não possa ser excluída. Após se referir aos recentes surtos na Europa do vírus H5N1 - altamente patógeno - durante a migração de outono em zonas como o delta do Rio Danúbio, com grandes concentrações de aves aquáticas, a BirdLife ressaltou que sua propagação na Ásia é atribuível aos movimentos de aves de granja infectadas, e não a espécies silvestres.      leia mais sobre gripe aviária

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