Sapos usados em testes podem ter espalhado doença

Importados da África, sapos resistentes transmitiram fungo aos de outros continentes

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Por Agencia Estado
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Uma doença que ameaça a existência de anfíbios no mundo inteiro pode ter tido origem no uso de sapos em testes de gravidez, segundo pesquisadores liderados pelo cientista australiano Rick Speare. Essa teoria está em debate em uma conferência em Washington, onde os estudiosos esperam fazer um plano para evitar a extinção de espécies de sapos, rãs e salamandras. Quase um terço desse grupo de animais, cerca de 1,8 mil espécies de anfíbios, estão ameaçados de extinção. Nos anos 1930 e 1940, fêmeas vivas de sapos da espécie Xenopus laevis foram levadas da África para testes de gravidez na Europa, Austrália, parte da Ásia e América do Norte. Na África, os sapos e o fungo Batrachochytrium dendrobatidis tinham coexistido por um longo período, mas nos outros continentes os anfíbios contraíram a doença conhecida em inglês como Chytridiomycosis, que é uma das grandes causas do seu declínio no mundo. Nos testes de gravidez, uma amostra da urina da mulher era injetada na pele do sapo, e se a mulher estivesse grávida, um hormônio presente em sua urina provocaria ovulação no sapo. Outros testes envolviam machos e rãs que produziam espermatozóides em resposta à presença de hormônio na urina.

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