PARIS - O satélite Picard, dedicado a estudar as mudanças na Terra causadas pelo Sol e a influência do astro nas variações climáticas, foi lançado ao espaço nesta segunda-feira, 15, às 11h42 (horário de Brasília), da base espacial russa Yasny, informou o Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES).
O Picard foi enviado ao espaço em um foguete russo-ucraniano Dnepr, junto com os satélites Mango e Tango da missão científica franco-sueca Prisma, concebida para estudar os voos em formação de satélites, entre outros temas.
O Picard medirá a velocidade de rotação do Sol, a intensidade de seus raios, a presença de manchas em sua superfície, sua forma e diâmetro para analisar a relação entre esses parâmetros.
Isso servirá, entre outras coisas, para avaliar a influência que pode ter o astro na evolução das temperaturas terrestres e sua contribuição para o fenômeno da mudança climática, explicou o CNES em comunicado.
O satélite francês servirá para "reconstruir" a história climática do Sol e lançar luz sobre observações passadas sobre seu diâmetro feitas no século XVII.
Foi quando houve uma queda na temperatura média do Sol, fenômeno conhecido como "o mínimo de Maunder" (1645-1715), e especialistas do CNES buscam encontrar a confirmação de que esse evento no Sol causou um resfriamento da Terra.
Daquela época, só temos os dados da medição do diâmetro solar feita pelo astrônomo francês Jean Picard - em cuja homenagem se batizou o satélite - e agora se pretende demonstrar que havia uma relação entre isso e a atividade do Sol.
O objetivo é reconstruir um modelo do clima daquela época e comparar uma simulação com a realidade observada então.
Além disso, o Picard servirá para estudar a estrutura interna do Sol, analisar sua intervenção nos processos de criação e destruição do ozônio atmosférico e identificar quais os eventos no astro podem levar a incidentes na Terra.