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Seminário discute nova técnica de combate ao câncer

Desenvolvida nos Estados Unidos no fim da década de 90, a IMRT reduz os danos a tecidos saudáveis localizados próximos a tumores, provocados pela radioterapia convencional, mas ainda é pouco difundida no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), em parceria com a Associação Brasileira de Física Médica (ABFM), promove no Rio o primeiro workshop internacional sobre Terapia de Radiação de Intensidade Modulada (IMRT, em inglês) no Brasil. Técnica de combate ao câncer desenvolvida nos Estados Unidos no fim da década de 90, a IMRT reduz os danos a tecidos saudáveis, localizados próximos a tumores, provocados pela radioterapia convencional, mas ainda é pouco difundida no Brasil. O encontro começou nesta quarta-feira e prossegue até sexta. No País, apenas os hospitais Albert Einstein e Sírio e Libanês, em São Paulo, e o Instituto do Rádio, em Campinas, já utilizam a IMRT. ?É como se transformássemos um feixe de radiação grande em vários feixes pequenos, cujas intensidades são moduladas de acordo com o formato do tumor. Na radioterapia tradicional, o feixe é homogêneo?, explicou o chefe do Departamento de Física Médica da Cnen, Helvécio Mota. ?O objetivo é evitar os tecidos saudáveis e reduzir os efeitos colaterais?, acrescentou. Em casos como o câncer de próstata, por exemplo, o método convencional produz efeitos colaterais sobre o reto e a bexiga. Uma das razões para que a IMRT ainda seja pouco usada no Brasil é seu alto custo de implantação, que envolve a compra de equipamentos médicos, computadores, softwares e o treinamento de profissionais. ?Os custos são proibitivos. É preciso um investimento básico de US$ 800 mil?, afirmou o físico brasileiro Claudio Sibata, professor da East Carolina University, na Carolina do Norte (EUA). ?A médio prazo, a IMRT vai ser uma técnica usada no dia-a-dia da radioterapia?, garantiu. Hoje, os planos de saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobrem o custo do tratamento, que nos Estados Unidos pode variar entre US$ 25 mil e US$ 50 mil. O presidente da ABFM, José Carlos da Cruz, afirmou que ainda não há um preço definido para o tratamento no Brasil. O responsável pela área de Radioterapia da Sociedade Paulista de Radiologia, Robson Ferrigno, disse ser possível obter no Brasil tratamento de qualidade semelhante ao dos Estados Unidos por valores mais acessíveis.

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