Sequenciado genoma de ser humano de 4 mil anos

O DNA foi recuperado de um tufo de cabelos que pertenceu a um membro da cultura Saqqaq

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pesquisadores dinamarqueses anunciam, na edição desta semana da revista Nature, o sequenciamento do genoma de um ser humano que viveu há 4 mil anos na Groenlândia.

 

 

PUBLICIDADE

O DNA foi recuperado de um tufo de cabelos que pertenceu a um membro da cultura Saqqaq, do noroeste da ilha, e que foi apelidado de Inuk, que significa "humano" na língua local. O genoma revelou que Inuk era mais parecido com as populações atuais da Sibéria que com o povo inuit que atualmente vive na Groenlândia.

 

O principal autor da descoberta, Eske Willerslev, disse ter encontrado o tufo de cabelos por acidente, depois de várias tentativas de descobrir vestígios humanos antigos no território congelado.

 

Possível"retrato" de Inuk, desenhado com base nas informações genéticas. Divulgação

 

De acordo com a reconstituição de seus genes, Inuk tinha tendência à calvície, olhos castanhos, pele morena e tipo sanguíneo A positivo. Os pesquisadores dizem que o achado permite afirmar que os ancestrais de Inuk deve ter cruzado para as Américas a partir da Sibéria entre 4,4 mil e 6,4 mil anos atrás, numa migração independente da que deu origem aos povos indígenas e aos inuit. Ao que tudo indica, o povo de Inuk não deixou descendentes no Novo Mundo.

 

"Tentativas anteriores de reconstituir o genoma dos mamutes resultaram em uma sequência cheia de lacunas e erros causados por danos no DNA, porque a tecnologia ainda estava na infância", declarou Willersey. "Mas o genoma de Inul tem qualidade comparável ao de um ser humano moderno".

 

Ele acredita que seu trabalho poderá ajudar arqueólogos a compreender o destino dos povos que compunham culturas extintas, e que mesmo amostras que não ficaram congeladas logo poderão ser tratadas para revelar seu DNA.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.