Seqüenciados três genomas de fungos

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Por Agencia Estado
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Cientistas de vários países, incluindo o Brasil, apresentam nesta quinta-feira na revista Nature o seqüenciamento genético de três espécies de fungo do gênero Aspergillus, com importância para a indústria alimentícia, a saúde pública e a própria ciência. O A. oryzae é usado na produção de saquê, o A. fumigatus é um patógeno que causa infecções e alergias em seres humanos e o A. nidulans, um clássico modelo de laboratório para genética e biologia. As informações contidas nos genomas, segundo os pesquisadores, serão importantes para o melhoramento dos processos industriais e no entendimento dos processos de infecção. O A. fumigatus é especialmente comum e perigoso em hospitais, podendo chegar a 50% de mortalidade quando infecta pacientes imunossuprimidos. Uma análise preliminar do genoma já revelou novos genes com potencial alergênico e possíveis alvos para drogas. "Era tudo que queríamos, ter um genoma na mão", comemora o geneticista Gustavo Goldman, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), que participou do seqüenciamento do A. fumigatus e do A. nidulans. "Temos muitas informações interessantes." Uma curiosidade é a forma "enxuta" dos genomas. Juntos, eles têm 33,5 mil genes, espalhados por 95 mil pares de bases A, T, C e G. Enquanto o genoma humano tem cerca de 30 mil genes em 3 bilhões de pares de bases. "São genomas compactos, nos quais a distância entre os genes é pequena e os íntrons (seqüências não codificadoras) são bem menores do que nos organismos superiores", afirma Goldman. Os genomas do A. fumigatus e do A. nidulans foram liderados por americanos e europeus. Mas o seqüenciamento do A. oryzae, é claro, ficou com os japoneses. O fungo é usado na fermentação de vários alimentos e bebidas da culinária japonesa.

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