Simulação descarta presença de água corrente em Marte

Cálculos indicam que marcas em imagens marcianas foram causadas por avalanches, não jorros de água

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Por Carlos Orsi
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Uma simulação de computador indica que marcas na superfície marciana que já foram interpretadas como sinais deixados pela presença recente de água em estado líquido na superfície do planeta são, na verdade, rastros de avalanches de pedra e areia. A presença de água, se confirmada, poderia ajudar cientistas a determinar os melhores lugares para procurar por vida em Marte. Quando a sonda Mars Global Surveyor da Nasa enviou à Terra, em 2006, imagens que indicavam um fluxo recente de material pela encosta de algumas crateras de Marte, logo foi levantada a idéia de que o planeta vermelho poderia ter sido palco de recentes erupções de água, em que fontes do subsolo aflorariam a céu aberto por curtos períodos. Em 2007, no entanto, novas imagens, feitas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostraram que a inclinação das encostas era alta o bastante para gerar fluxos de material sólido granulado, como areia, tornando a presença de água desnecessária como explicação para o fenômeno. Agora, cálculos e simulações de computador realizados pela equipe do pesquisador Jon D. Pelletier, da Universidade do Arizona em Tucson, mostram que as imagens captadas pela MRO correspondem melhor a rastros de avalanches que a de fluxos de água. Pelletier e seus colegas usaram dados da topografia marciana e as leis da física dos fluidos para simular como seriam as marcas deixadas por um jorro de água limpa, em oposição a uma avalanche de material granulado. A simulação de material granulado "foi a vencedora" na comparação com as imagens reais da sonda, diz  Pelletier, de acordo com nota divulgada pela universidade. "Isso elimina a (possibilidade de) água limpa".

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