
31 de julho de 2008 | 15h43
O primeiro objeto astronômico do Universo foi uma protoestrela com 1% da massa do Sol, indica uma simulação de computador descrita na edição desta semana da revista Science. Satélite detecta fundo cósmico de neutrinos após o Big Bang LHC não vai destruir a Terra, conclui relatório de segurança Antimatéria nasce em estrelas binárias no centro da galáxia Ciência mais perto de resolver o enigma dos raios cósmicos A simulação buscou recriar o processo de formação das primeiras estrelas, e mostra que pequenas flutuações na densidade da matéria primitiva, geradas a partir do Big Bang, poderiam causar a formação das sementes para o crescimento da primeira geração de estrelas. Essa geração, por sua vez, foi a fonte original da luz visível e dos primeiros átomos de elementos químicos pesados, como o carbono e o oxigênio dos seres vivos. Cientistas acreditam que o Universo teve origem há cerca de 14 bilhões de anos numa grande explosão, o Big Bang, que teria gerado os elementos mais simples, como hidrogênio e hélio. Mas observações revelam a presença de astros ricos em elementos pesados já 1 bilhão de anos após a explosão. Esses elementos teriam sido produzidos pelas primeiras estrelas surgidas no intervalo, que corresponde a menos de 5% da idade do Universo. Segundo cientistas, as estrelas da primeira geração era muito maiores e mais luminosas que o Sol. Além disso, tiveram vidas muito curtas e explodiram, lançando seus elementos ao espaço, em cerca de 1 milhão de anos - o Sol, em comparação, ainda está na meia-idade, aos 5 bilhões. A simulação, conduzida pelo pesquisador Naoki Yoshida, da Universidade Nagoya, e colegas, nos EUA e no Japão, incorpora as condições previstas nos modelos teóricos mais aceitos para o Big Bang e mostra, segundo seus autores, que o surgimento rápido de uma geração original de estrelas, a partir de variações gravitacionais no gás primordial, de fato é possível. "Nós incorporamos o modelo padrão da cosmologia, que já está bem estabelecido", disse Yoshida, durante uma apresentação pública de seu resultado. "Além disso, tratamos as propriedades físicas envolvidas de forma consistente, incluindo a química e os efeitos da radiação. Acompanhamos a interação entre os fótons (partículas de radiação) e o gás primordial de um modo muito consistente", afirmou. Segundo Yoshida, "descobrimos que o primeiro objeto cosmológico formado era uma pequena protoestrela com 1% da massa do Sol, mas que cresce rapidamente até atingir 100 vezes a massa solar". O primeiro estágio desse crescimento - de 1% do Sol para dez vezes a massa solar - pode ter se completado em apenas 1.000 anos, de acordo com o artigo na Science. Yoshida diz que seus resultados oferecem "uma história para a origem da luz e dos elementos químicos".
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