Sonda descobre depósitos de gelo no polo norte da Lua

Após descoberta, cientistas dizem que uma presença humana sustentável no satélite é possível

PUBLICIDADE

Por Paul Ricon
Atualização:

A sonda lunar indiana Chadrayaan-1, equipada com um radar americano, identificou depósitos de gelo em mais de 40 crateras no polo norte da lua, informou a Nasa durante uma conferência de ciência planetária no Texas, Estados Unidos.

 

Veja também:

 Em comum, as crateras têm grandes áreas onde a luz do sol nunca chega. Em algumas delas, a temperatura pode chegar a 25 Kelvin (248ºC negativos) - mais frio do que a superfície de Plutão - permitindo que o gelo permaneça estável. "Na sua maioria, é puro gelo", disse Spudis, que "pode estar sob alguns centímetros de regolito (camada de material solto que cobrem a superfície) lunar seco". Esta camada protetora de solo poderia evitar que blocos de puro gelo evaporassem, mesmo em áreas expostas à luz do sol, explicou ele. Em fevereiro, o presidente americano Barack Obama cancelou o programa criado para levar os americanos de volta à Lua até 2020. Mas, segundo Spudis, "agora podemos dizer com alguma confiança que uma presença humana sustentável na Lua é possível. É possível usando os recursos que encontramos lá". "Os resultados dessas missões, que vimos nos últimos meses, estão revolucionando totalmente nossa visão da Lua." Sondas não tripuladas A Chandrayaan-1 foi a primeira contribuição da Índia para a frota de sondas não tripuladas lançadas à Lua nos últimos anos. O Japão, a Europa, a China e os Estados Unidos também enviaram missões com equipamentos para explorar o satélite em detalhes sem precedentes. Os cientistas também descobriram que o gelo encontrado na Lua tem procedências e características variadas. Um dos meios mais importantes de formação de água na Lua é pela interação com o vento solar, o fluxo de partículas que se move rápida e constantemente para fora do Sol. A radiação espacial detona uma reação química na qual átomos de oxigênio já encontrados no solo adquirem núcleos de hidrogênio, formando moléculas de água e a molécula mais simples de hidrogênio e oxigênio (HO). Esta água "adsorvida" pode estar presente em finas camadas cobrindo o solo lunar. A missão da LCROSS ainda identificou a presença, no solo lunar, de hidrocarbonetos, como etilenos. Segundo o cientista chefe da missão, Anthony Colaprete, do Centro de Pesquisas Ames, da Nasa, os hidrocarbonetos podem ter chegado à superfície lunar trazido por cometas e asteroides - outra fonte vital de água lunar. Mas, ele acrescentou, algumas dessas formações poderiam ter surgido através de reações químicas entre grãos de poeira inter-estelar acumulados na Lua. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.