Tecnologia combate a poluição dos dejetos suínos

Através de uma cadeia produtiva, dejetos são transformados em energia, adubo e alimento para peixes

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma parceria entre a Fundação Banco do Brasil e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveu uma cadeia produtiva para aproveitar os dejetos da produção de suínos. A tecnologia está sendo aplicada em uma propriedade de 300 matrizes, na cidade de Toledo, no oeste do Paraná, desde meados do ano passado, com resultados positivos para o meio ambiente e para a otimização da produção. O sistema consiste em canalizar os dejetos da pocilga até um biodigestor de segunda geração, capaz de retirar cerca de 60% da carga poluente, que é transformada em biogás e biofertilizantes. Estes são utilizados, respectivamente, no aquecimento de aviários e na produção agrícola. O biogás pode ser utilizado também no aquecimento de aparelhos domésticos (como fogão) e em gerador de eletricidade. A parte líquida dos resíduos é tratada em um tanque de algas, que retira os 30% restantes de carga poluente, deixando a água com menos de 100 coliformes fecais por centímetro cúbico. ?Não é uma água potável, mas em estado de balneabilidade?, explica Luís Fumio Iwata, diretor de Ciência, Tecnologia e Cultura da Fundação Banco do Brasil. A poluição resultante da suinocultura é uma das maiores causas de contaminação do solo e do lençol freático no oeste do Paraná e de Santa Catarina, onde estão os maiores rebanhos suínos no País. Na cadeia produtiva desenvolvida no projeto, as algas ainda são utilizadas para alimentação de peixes, em um sistema de policultura, com cinco a seis espécies, criadas em tanques de 3,5 metros de profundidade. ?O que antes era motivo de multas ambientais, agora é uma tecnologia limpa, que aumenta as possibilidades de produção?, diz Iwata. O desenvolvimento do processo contou com um investimento de R$ 135 mil da Fundação e R$ 60 mil do Tecpar. A implantação na propriedade foi financiada pelo Banco do Brasil e pela Sadia, da qual a fazenda é fornecedora. Segundo Luís Iwata, a Fundação está buscando uma parceria com a Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia (Santa Catarina), para levar essa tecnologia para todo o País. O Banco do Brasil deverá abrir uma linha de crédito para os produtores. Uma maquete e um CD Room do processo estão expostos no Show Rural, que está acontecendo nesta semana em Cascavel (Paraná), para divulgar o sistema. Até abril, um modelo completo dessa cadeia produtiva estará funcionando na Escola Agrícola de Toledo, com a finalidade de difundir a tecnologia para alunos e produtores. O projeto é uma parceria da Fundação Banco do Brasil, que está investindo R$ 60 mil, do Tecpar, prefeitura de Toledo e Sadia.

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