Uma vez a cada 20 ou 30 anos, uma grande tempestade atinge Saturno e seus anéis oferecendo um espetáculo climático que dura meses, conhecido como as "tempestades brancas".
As tempestades podem se estender por milhares de quilômetros antes de se dissipar, um fenômeno que estava documentado, mas não se conhecia a causa.
Segundo um estudo publicado nesta segunda-feira, 13, na revista britânica Nature Geoscience, este fenômeno se deve à forma com a qual o vapor de água interage na atmosfera do planeta gigante.
Os autores do estudo, Cheng Li e Andrew Ingersoll, cientistas do Instituto Tecnológico da Califórnia, acreditam que as gotas de vapor impedem que gases menos densos subam, se esfriem e se condensem, e que esta reação provoca tempestades elétricas.
Este fenômeno, que pode ser observado da Terra com um telescópio, foi registrado em seis ocasiões desde 1876, mas até agora ninguém havia explicado o motivo da periodicidade das tempestades.
Segundo o trabalho de Li e Ingersoll, a frequência se explica pela diferença entre a densidade das camadas superiores da atmosfera e as inferiores, já que na maior parte do tempo em cima há elementos menos densos que debaixo.
Da mesma forma que o óleo flutua sobre a água, a camada superior de Saturno permanece sobre a camada inferior, impedindo que a água passe, se esfrie e se condense, que é o processo normal pelo qual se formam as tempestades.
Entretanto, à medida que a camada superior se esfria e o calor se difunde ao espaço, esta massa se torna mais densa e começa a descer. Segundo o estudo, este processo demora cerca de duas décadas já que a atmosfera de Saturno é "muito espessa".