Terceira maré negra invade costa espanhola

O Greenpeace acredita que os ecossistemas afetados levarão no mínimo dez anos para recuperarem-se. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Jaime Matas, 657 das 1.064 praias da Galícia e da Cantábria foram afetadas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A terceira maré negra provocada pelo derramamento de milhares de toneladas de combustível pelo petroleiro Prestige começou a invadir hoje a Costa da Morte, na Galícia, a zona mais afetada pela catástrofe ecológica desde 13 de novembro, quando o navio se acidentou. Ventos fortes impediam, pela manhã, que as manchas se aproximassem das Rías Bajas, a maior reserva marisqueira no sudoeste da região, impulsionando enormes capas de óleo numa direção paralela ao litoral. "O combustível chega continuamente à praia", disse Ignacio Castro, gerente da confraria de pescadores de Muxía, uma das zonas mais afetadas pelas manchas anteriores. "Não é algo gelatinoso, como no início; agora é como um tapete que tivesse absorvido muita água", continuou. "De um lado, é melhor, porque provavelmente é menos tóxico, mas, de outro, é muito mais difícil para recolher, pois é mais pesado." Os patrões de três confrarias de pescadores das Rías Bajas iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado, reivindicando mais meios para lutar contra a maré negra. Os governos federal e regional pretendem centrar seus esforços na área onde o Prestige afundou, há um mês, a 250 km da costa, já que ali está o maior perigo a médio e longo prazo. Do petroleiro, que atualmente guarda em seus tanques cerca de 55 mil das 77 mil toneladas de óleo que transportava ao acidentar-se, continuam a vazar, através de 14 rachaduras, cerca de 125 toneladas de combustível por dia. A equipe do minissubmarino francês Nautile conseguiu tampar, recentemente, um dos buracos. Agora, o governo pediu ao comitê que o assessora no assunto que escolha uma empresa experiente para vedar o resto das rachaduras, solução provisória até que se decida o que fazer com o óleo que ainda está no navio. Também hoje, o Greenpeace divulgou a estimativa de que os ecossistemas afetados levarão no mínimo dez anos para recuperarem-se. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Jaime Matas, 657 das 1.064 praias do litoral da Galícia e da Cantábria foram afetadas pelas manchas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.