Textos questionam postura de Pio XII diante do Holocausto

Novos documentos sugerem que Papa não se pronunciou abertamente contra regime de Adolf Hitler

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Por ANSA
Atualização:

Novos documentos, que fariam parte de arquivos britânicos, sustentam a hipótese de que o papa Pio XII teria sido omisso diante do extermínio aos judeus promovido pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

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Os textos, que sugerem uma falta de vontade do Pontífice em condenar abertamente o regime do ditador alemão Adolf Hitler, foram divulgados pelo historiador Giuseppe Casarrubea, especialista em pesquisas dos arquivos ingleses de Kew Gardens.

 

Dentre os documentos descobertos, destaca-se um telegrama datado de 19 de outubro de 1943, que cita um encontro entre o representante dos Estados Unidos na Santa Sé Harold Tittimann e Pio XII.

 

Na ocasião, o então Papa se mostra mais indignado com as "grupos comunistas que se instalam nos arredores de Roma" do que com a deportação de mais de mil judeus romanos para campos de concentração nazistas, fato ocorrido no dia anterior.

 

Já um documento de 10 de novembro de 1944 relata uma conversa mantida entre Pio XII e o embaixador britânico D'Arcy Osborne justamente no dia em que tropas nazistas comandadas por Adolf Eichmann promoviam um massacre a mais de 400 mil judeus húngaros.

 

Osborne conta que, diante da sugestão dada ao Pontífice para que condenasse "os maus-tratos dos judeus na Hungria", Pio XII diz não ter decidido se pronunciar, ressaltando que, "de qualquer forma, a sua condenação seria anônima".

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A postura de Pio XII é fortemente contestada por setores da comunidade judaica, que o acusam de ter permanecido em silêncio diante do Holocausto. Nos últimos dias, por sua vez, o prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, Sergio Pagano, informou que os registros referentes ao pontificado de Pio XII (1939-1958) devem estar disponíveis em cinco anos, como pedem os estudiosos.

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