PUBLICIDADE

Titã tem clima intenso e muita atividade geológica

Por Agencia Estado
Atualização:

Titã, maior lua de Saturno, tem clima intenso, temperaturas congelantes e nuvens de nitrogênio possivelmente capazes de produzir raios, disseram cientistas, descrevendo um mundo que pode ser muito parecido com o que era a Terra antes do desenvolvimento da vida. A sonda Huygens, da Agência Espacial Européia (ESA), pousou na superfície de Titã em janeiro para desvendar algums mistérios do maior satélite de Saturno, única lua do Sistema Solar com atmosfera densa. Depois de meses de estudo, os cientistas apresentaram o resultado de suas análises na Nature e numa entrevista coletiva em Paris. "Trata-se de um mundo da fantasia muito estranho feito gelo, rios de metano, vulcões de amônia e outras surpresas", declarou Jonathan Lunine, um cientista interdisciplinar da Universidade do Arizona. Ao explicar a uma criança como é o clima no satélite, que tem o tamanho de um planeta, Lunine comentou: "Você vai precisar de um casaco bem grosso, pois faz muito frio. Leve também um tubo de oxigênio, pois não existe ar para respirar. Ah, e não acenda nenhum fósforo". A temperatura na superfície do satélite é de 179 graus Celsius negativos. A atmosfera possui diversas camadas e é possível que suas nuvens gerem raios. Sem atividade biológica Titã intrigava os cientistas por ser cercada por uma espessa camada de nitrogênio e metano. Até pouco tempo atrás, os cientistas acreditavam que a explicação mais provável para o metano seria a existência de mares de hidrocarbonetos repletos de gás metano. Porém, a missão da Cassini-Huygens, um esforço conjunto da ESA e das agências aeroespaciais de Estados Unidos e Itália, forneceu evidências contra essa teoria. Os pesquisadores concluíram que não existe nenhum motivo para se acreditar que o metano seja produto de atividade biológica. Segundo eles, a substância pode ser expelida por vulcões de gelo ou cair na forma de chuva. A atmosfera repleta de fumaça de Titã pode se assemelhar à da Terra em seus tempos primordiais. Os cientistas acreditam que estudar a maior lua de Saturno poderá fornecer pistas de como a vida começou na Terra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.