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UE e Brasil negociam unificacão das propostas de fontes de energia

Negociadores da União Européia e do Brasil trabalham para unificar as suas duas propostas de meta para o uso de fontes renováveis de energia. No centro da discussão, está a inclusão ou não das grandes hidrelétricas no cálculo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Negociadores da União Européia e do Brasil trabalham para unificar as suas duas propostas de meta para o uso de fontes renováveis de energia. No centro da discussão, está a inclusão ou não das grandes hidrelétricas no cálculo. A proposta do Brasil as exclui. Mas, para aumentar as chances de obter consenso, o Brasil concorda em incluí-las, sob condições. "A União Européia queria incluir as grandes hidrelétricas sem maiores considerações", disse ao Estado o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, autor da proposta brasileira. "Eu disse que poderíamos incluí-las, desde que sujeitas às normas da Comissão Internacional de Barragens, que condenam as usinas predatórias ao meio ambiente." Os negociadores europeus rejeitaram a ressalva, que é apoiada pelos grupos ambientalistas. Goldemberg acredita, no entanto, que é possível chegar a uma solução de compromisso, sem mencionar as normas da Comissão, mas incluindo apenas as hidrelétricas que não provocam danos ao meio ambiente. A inclusão das hidrelétricas servirá também para aumentar as chances de apoio dos países continentais - China, Índia, Canadá e Rússia. Os Estados Unidos rejeitam metas, por princípio, mas há uma esperança - tênue - de que um eventual isolamento os conduzisse a algum compromisso. De acordo com o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, a inclusão parece ser a última forma de evitar o sepultamento da proposta em Johannesburgo. Outra diferença é que a proposta da UE estipula que os países industrializados, membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), devem aumentar suas fatias de fontes renováveis nas respectivas matrizes energéticas em apenas 2%, quando a meta global, até 2010, seria de 15%. A proposta do Brasil prevê que todos devem atingir igualmente o patamar de 10%. A média mundial, incluindo as hidrelétricas, é hoje de 4,4% - excluindo-as, é de 2,2%. "Essa é uma conta complicada, mas 2% é tímido", avalia Goldemberg. "Se eles tivessem dito 4%, no fim das contas a proposta ficaria parecida com a nossa." O tema é tão espinhoso que os avanços poderão ter que esperar a chegada dos chefes de Estado e de governo, no domingo. Veja o Especial Rio+10

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