UERJ inaugura laboratório de genoma

O laboratório de genoma será um dos seis núcleos de pesquisa do Estado que estudarão o seqüenciamento do DNA da bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, que facilita a absorção do nitrogênio pelas plantas

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Por Agencia Estado
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A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) inaugurou nesta sexta-feira seu laboratório de genoma, um dos seis núcleos de pesquisa do Estado que estudarão o seqüenciamento do DNA da bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, que facilita a absorção do nitrogênio pelas plantas. A pesquisa pode representar uma grande economia com fertilizantes. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico investiram cerca de R$ 650 mil no projeto. Um dos fatores responsáveis pelo crescimento dos vegetais é a presença de nitrogênio. Lavradores adubam o solo para que a terra absorva o gás. Mas algumas plantas, como a cana-de-açúcar, o café, a batata doce e o abacaxi já têm a bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, que facilita essa absorção. Os pesquisadores pretendem inocular esta bactéria nos vegetais para obter maior produtividade e plantações homogêneas. Interação "Teremos um entendimento maior da biologia da bactéria. Isso vai permitir o estudo da interação da bactéria com a planta, além de melhorar o processo de inoculação da bactéria nas plantas e aumentar a produtividade", explicou o coordenador do laboratório da Uerj, o biólogo Ronaldo Albano. Ele diz que a técnica de inoculação já é usada em algumas lavouras de cana-de- açúcar. Albano lembra que a manipulação genética também é usada para a obtenção do aumento da produtividade. "O nosso projeto não envolve a manipulação de genes. Não estamos criando uma planta em laboratório. É só uma forma mais eficiente de fertilização", afirmou. A substituição do adubo pela inoculação da bactéria nas plantas também é menos poluente para o meio ambiente, diz o biólogo. Rede O laboratório da Uerj passa a integrar uma rede com as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Estadual do Norte Fluminense (UENF), além do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, e a Embrapa Agrobiologia, em Seropédica. Cabe à UFRJ "construir a biblioteca", segundo Albano, quebrando o DNA da bactéria em "pedacinhos". A UERJ e os outros laboratórios vão seqüenciar cada uma das partes do DNA e enviar para o LNCC, que montará o quebra-cabeças. Albano diz que 50% do genoma já está seqüenciado, e os pesquisadores chegarão a 95% até o fim do ano. "Restarão os 5% mais difíceis e teremos um tempo para decifrá-lo", diz, sem precisar o período.

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