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Unicamp identifica 52 novas espécies marinhas

Pesquisa é parte do projeto Biota/Fapesp e mostra que 10% dos animais do fundo do mar, no litoral norte de São Paulo, ainda não são conhecidos

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pesquisa, coordenada pela bióloga Antonia Cecília Zacagnini Amaral, da Universidade de Campinas (Unicamp), identificou 535 espécies marinhas diferentes, nos municípios de Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Destas, 52 foram descritas pela primeira vez em nível mundial. As coletas foram realizadas entre janeiro de 2001 e dezembro de 2002 e, segundo a professora Antonia, outras espécies podem ser descobertas, já que, até o momento, apenas um terço do material foi identificado. Os resultados conseguidos até o momento indicam que, a cada dez espécies que vivem no fundo do mar, uma é desconhecida. ?A conclusão do trabalho está prevista para o final de 2004?, diz. A pesquisa é a única voltada à fauna marinha do programa Biota/Fapesp, mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo, cujo objetivo é mapear a biodiversidade de fauna e flora paulista. Os animais estudados são todos bentos marinhos - animais que vivem junto a algum tipo de substrato (areia ou rocha), na praia ou fundo do mar. São moluscos, crustáceos e vermes, que habitam o assoalho dos oceanos. Conforme a pesquisadora, foram envolvidas na pesquisa, até o momento, cerca de 60 pessoas, a maior parte alunos de graduação que ajudaram na fase da coleta. Na segunda fase, estão participando alunos de pós-graduação e pesquisadores especializados na identificação de espécies, de outras universidades paulistas, como a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), além de outros estados e do exterior. A previsão é que sejam investidos entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões no projeto. Das 52 novas espécies identificadas, 40 pertencem à meiofauna (animais pequenos, que ficam retidos numa malha de 0,05mm). As outras 12 pertencem à macrofauna, de maior porte. Entre elas, estão cinco variedades de D. cuprea, verme anelídeo do mesmo grupo das minhocas, que pode chegar a 15 centímetros de comprimento por 8 milímetros de largura. Segundo Antonia Amaral, outro objetivo da pesquisa foi detectar espécies de importância comercial, como caranguejos e moluscos. ?São poucos os estudos existentes relacionados com a biologia dessas espécies?, explica. Entre os animais identificados nesse caso estão o mexilhão Mytella charruana e o molusco Tivela mactroides, de concha acinzentada da qual se extrai um marisco comestível. Os pesquisadores verificaram, também, a incidência de algumas variedades de moluscos, crustáceos e vermes considerados bioindicadores de alterações ambientais. Entre eles, o verme Capitella capitata, que se instala próximo a locais de despejo de esgoto doméstico, encontrado em abundância na enseada de Caraguatatuba. Veja galeria de imagens "Espécies marinhas do litoral norte de São Paulo"

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