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Unicamp produz pele humana em laboratório

Sem causar rejeição, tecido pode ser usado no tratamento de doenças como vitiligo, além de queimaduras e úlceras

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma pele fabricada em laboratório, e que não causa rejeição, já está à disposição dos pacientes brasileiros que sofrem de doenças dermatológicas como o vitiligo. Obtida por pesquisadores da Unicamp, após cinco anos de estudos, a pele foi reproduzida e implantada com sucesso em vítimas de queimaduras e úlceras. A equipe de pesquisa é chefiada pela dermatologista Beatriz Puzzi, que desenvolveu a derme e a epiderme por meio da cultura de uma pequena amostra de pele dos pacientes. Para ser reproduzida, essa pele precisa ser retirada e transportada cuidadosamente até o laboratório, para evitar risco de contaminação. Ao chegar lá, ocorre a fragmentação do material e a cultura primária da derme e da epiderme. Em seguida, os fibroblastos (estruturas que fazem parte da derme) são colocados em uma substância chamada colágeno bovino estéril. É este colágeno que orienta a reprodução dos fibroblastos e faz a pele "aumentar". Após alguns dias, o colágeno bovino praticamente desaparece, mas ainda consegue orientar o início do crescimento dos fibroblastos, que passam a produzir sozinhos o colágeno humano. A pele, que no laboratório ainda está bem fina, é enxertada no paciente e, então, começa o processo natural de reprodução. Para chegar a todas as camadas necessárias em laboratório é preciso pouco mais de um mês de trabalho dos cientistas. Anunciada pela Unicamp na segunda-feira, a novidade deixou médicos e pacientes esperançosos. "Além de não haver o risco de rejeição, uma pele produzida especialmente para o paciente melhora muito a qualidade estética", diz a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo, Denise Steiner.

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