Unip admite reprovar mais antes do Enade

Vice-reitora afirma que política de ‘apertar avaliação’ provocou saída de alunos para outras universidades

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - A vice-reitora da Unip, Marília Ancona Lopez, admitiu que a universidade aumenta a reprovação de estudantes às vésperas do Enade. "Criamos um processo de melhoria da qualidade do ensino. Mas, como não dá para mudar todos os cursos ao mesmo tempo, num primeiro momento decidimos trabalhar seguindo o calendário do Enade."

 

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Marília disse que a política de "apertar a avaliação" nas turmas que farão o Enade provocou a saída da Unip de estudantes inconformados com a reprovação na reta final do curso. "Tivemos o caso de um curso de Direito da capital em que 200 alunos saíram para uma instituição concorrente." Segundo a vice-reitora, a concorrente ganhou os estudantes, mas teve desempenho ruim no Enade.

 

Marília afirmou que o fato de o número de formados nos cursos cair drasticamente na época do Enade e voltar a subir no ano seguinte não quer dizer que a Unip só é rigorosa para ter uma boa nota no exame. "Nosso foco é a qualidade do curso. O número de formandos volta a crescer depois do Enade porque muita gente repetiu no ano anterior."

 

Em 2007, três dos cursos da Unip tiveram nota 4 ou 5 no Enade. Na prova de 2010, o número saltou para 69. Dois cursos passaram da nota 1 para a 5: Farmácia (Brasília) e Nutrição (São José dos Campos). Outros dez cursos foram da nota 2 para a 5. A Unip tem perto de 300 mil alunos.

 

Marília atribuiu o desempenho da Unip na avaliação, muito superior à média nacional, à decisão de tratar o Enade como prioridade, criando uma comissão para acompanhar a qualidade dos cursos. Segundo ela, a comissão analisou a fundo as diretrizes do Enade e produziu quase 100 volumes de material de preparação para o exame. Outras medidas foram investir na qualificação dos professores e dar prêmios como iPods a alunos com bom desempenho no Enade.

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