Universidade do Rio produz diamante sintético

Brasil passa a ser 1.º na América do Sul com tecnologia de produção em laboratório, em escala industrial

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Por Agencia Estado
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A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) anunciou ter produzido dez mil quilates de diamante sintético (aproximadamente dois quilos), transformando o Brasil no primeiro país da América do Sul a dominar essa tecnologia. A pesquisa, que tem a participação de cientistas russos, foi desenvolvida no Laboratório de Materiais Avançados (Lamav) da instituição e será lançada nacionalmente no sábado, durante a feira de negócios Top Norte, no Parque de Exposições da Fundação Rural. Segundo a universidade, apenas 17 países têm essa capacidade. O diamante é indispensável para a produção de equipamentos e ferramentas utilizados em 60% da indústria brasileira, incluindo o setor petrolífero. "O diamante está em quase todos os ramos da indústria, desde a metal-mecânica até a produção de madeira", afirmou o russo Guerold S. Bobrovntichii, líder da pesquisa. "A indústria brasileira necessita de diamante, mas ainda importa toda a matéria-prima de que precisa", acrescentou. Dados do Departamento de Produção Mineral (DNPM), citados pela Uenf, indicam que, em 2002, o Brasil importou seis toneladas de diamante em pó, ao custo de R$ 60 milhões. O mineral vem de países como África do Sul, China, Irlanda e Estados Unidos. Considerado o material mais duro da natureza, o diamante é formado a 150 km de profundidade, sob altíssimas temperatura e pressão. A primeira síntese oficial ocorreu em 1954, pela General Eletric. No Brasil, a primeira vez foi em 1987, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas só agora o País obteve a tecnologia para produção em escala industrial.

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