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USP terá centro de referência em reutilização da água

O reaproveitamento de efluentes industriais e esgotos é uma das soluções para a crise da água, que será discutida em Kyoto, na próxima semana

Por Agencia Estado
Atualização:

O desenvolvimento e difusão de tecnologias para a reutilização de efluentes industriais e esgotos, no Brasil, passará a ter um centro de referência, abrigado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica, na capital paulista. Está em fase final de montagem o Centro Internacional de Referência em Reuso da Água (Cirra), que já conta com um banco de dados para consultas via Internet, no endereço www.usp.br/cirra. O objetivo é oferecer treinamento e divulgar informações para estimular o reaproveitamento das águas servidas, uma das alternativas para diminuir a crise de escassez de água, que no Brasil ainda é quase desconhecida. O reaproveitamento de água é um dos temas em debate no Fórum Mundial da Água, que ocorre na próxima semana, em Kyoto, no Japão. Em alguns países, como a Holanda, Israel e na costa oeste dos Estados Unidos, efluentes industriais e esgotos, depois de tratados, são até injetados de volta no solo, através de poços de operação dupla (infiltração e retirada), para recarga dos aqüíferos. ?Em regiões muito impermeabilizadas, a recarga natural dos aqüiferos não ocorre e o nível de água baixa significativamente, então é preciso fazer a recarga artificial?, explica o especialista Ivanildo Hespanhol, da USP, coordenador do Cirra. A reutilização da água também é indicada na agricultura, em culturas não alimentícias ou para animais. Nas indústrias, a água de reposição de torres de resfriamento, de caldeiras, lavagem de gases e outros processos também pode ser reaproveitada, frequentemente dentro da própria indústria, com grande economia de custos. Nos centros urbanos, a água servida, com tratamento terciário, serve para irrigar campos de desportos e parques; lavagem de veículos; descarga em toaletes; reserva para combate a incêndios; construção civil, etc. ?O Brasil ainda não tem esta cultura porque sempre teve abundância de recursos hídricos, mas é preciso mudar tal mentalidade e tratar a água como um recurso limitado?, acrescenta Hespanh.

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