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Vale afirma que não vai recorrer de multa do Ibama

Autuada por lançar rejeitos de cobre em área de mineração, companhia diz que prefere negociar termo de ajuste com Ibama

Por Agencia Estado
Atualização:

Autuada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 2 milhões por danos ambientais no entorno da Floresta Nacional dos Carajás, no sudeste do Pará, a Companhia Vale do Rio Doce não recorrerá da multa. A empresa informou que subestimou o volume de rejeito de cobre lançado pela Mina do Sossego, o que acabou atingindo um trecho da floresta que a mineradora tinha autorização para desmatar, mas não o fez. "Recorrer da multa não é opção para nós. Vamos conversar com o Ibama e chegar a um Termo de Ajuste de Conduta (TAC)", afirmou o gerente-geral de Suporte às Operações de Não-Ferrosos, Alessandro Moura. Ele explicou que a empresa vinha negociando com o Ibama desde abril deste ano, quando percebeu que o volume de rejeito era maior do que o esperado. O órgão ambiental havia permitido o desmatamento de 159 hectares de floresta, em março de 2002, quando a mina pertencia à extinta Mineração Serra do Sossego. A Vale derrubou apenas 40% dessa área. "Optamos por desmatar menos por uma questão ambiental. Em março, quando começamos os testes do projeto, vimos que seria necessário derrubar uma área maior, mas a licença já havia vencido", disse o gerente-geral. O Ibama diz que a licença, vencida em março de 2003, não foi respeitada pela Vale. O gerente do órgão em Marabá, Ademir Martins, diz que a mineradora deveria ter desmatado os 159 hectares, retirado a madeira, preparado o solo para receber o rejeito, salvado os animas, orquídeas e bromélias. "Nada disso foi feito", disse Martins. A área desmatada foi menor, os cuidados não foram tomados e a floresta acabou recebendo rejeitos do beneficiamento de cobre. O Ibama ainda está avaliando o efeito que o despejo teve sobre a floresta. Técnicos de Brasília viajarão até Canaã dos Carajás, onde fica a mina, para fazer um estudo do impacto ambiental. Entre outros dados, eles querem saber a gravidade da penetração do rejeito de cobre no solo. Moura informou que a Vale vai apresentar proposta ao Ibama, nos próximos dias, sobre medidas para regularizar a situação da Mina do Sossego, que está com as atividades suspensas. A mineradora também está disposta a "desenvolver ações de interesse comum com o Ibama na área", disse Moura.

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