
18 de março de 2011 | 14h31
"A sentença do Tribunal Europeu é amparada com satisfação pela Santa Sé. Trata-se de uma sentença muito trabalhada e que faz história", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Lombardi acrescentou que o Grande Júri do Tribunal Europeu de Direitos Humanos "derrubou todos os perfis" da sentença de primeiro grau, recorrida pela Itália, com o apoio de vários estados europeus e muitas ONGs, "no que foi expressão do amplo sentir da população".
O porta-voz da Santa Sé acrescentou que a sentença reconhece um alto nível jurídico e internacional que a cultura dos direitos do homem "não deve ser posta em contradição com os fundamentos religiosos da civilização europeia, à qual o cristianismo deu uma contribuição essencial".
"Reconhece-se que, seguindo o princípio de subsidiariedade, é necessário garantir a todos os países uma margem de atuação sobre o valor dos símbolos religiosos de suas próprias culturas e identidades nacionais, assim como o local de sua exposição", acrescentou Lombardi.
O Tribunal diz que a exposição do crucifixo "não é um doutrinamento, mas a expressão da identidade cultural e religiosa dos países de tradição cristã", ressaltou o porta-voz da Santa Sé.
"O Vaticano dá também as boas-vindas à sentença do Grande Júri porque contribui eficazmente para restabelecer a confiança no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para uma grande parte dos europeus", acrescentou seu porta-voz.
O Vaticano sempre considerou que o crucifixo é um sinal "de oferecimento do amor de Deus e de união e amparo para toda a humanidade, e jamais um sinal de divisão, de exclusão ou de limitação da liberdade", acrescentou.
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