O Vaticano "lamentou" a aprovação, no Parlamento belga, da resolução que pede ao governo um protesto oficial contra as declarações do papa que condenavam o uso do preservativo na luta contra a aids, e informou que o protesto foi apresentado na quinta-feira, 16.
O protesto foi apresentado pelo embaixador da Bélgica perante a Santa Sé ao "ministro de Relações Exteriores" do Vaticano, o arcebispo Dominique Mamberti.
"A Secretaria de Estado toma nota com pesar dessa passagem, inusitada nas relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Reino da Bélgica, e deplora que uma Assembleia Parlamentar tenha achado oportuno criticar o Santo Padre a partir de um trecho de entrevista tirado de contexto", manifestou o Vaticano, em comunicado oficial.
A Santa Sé disse que esse extrato de entrevista "foi usado por alguns grupos com claras intenções intimidatórias, quase para dissuadir o papa de expressar-se sobre alguns temas, cuja relevância moral é óbvia, e de ensinar a doutrina da Igreja".
Segundo a nota, enquanto em alguns países da Europa "se desencadeava uma campanha midiática sem precedentes sobre o valor preponderante, por não dizer exclusivo, do profilático na luta contra a aids, conforta constatar que as afirmações do papa foram entendidas e apreciadas sobretudo pelos africanos e os verdadeiros amigos da África, assim como alguns membros da comunidade científica".