Vaticano planeja encontro entre católicos e muçulmanos

Católicos tentam retomada das relações com islâmicos após ruptura em 2006, por declarações do papa

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Por Associated Press
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Um encontro entre católicos e muçulmanos é planejado para acontecer em Roma neste ano para iniciar um diálogo entre as religiões depois que a relação entre elas se deteriorou com os comentários do papa Bento XVI - em 2006 - sobre o islamismo e a guerra santa.   Veja também: Papa nomeia Paulo Francisco Machado bispo de Uberlândia Bento XVI pede que jovens recebam dias como presente divino   O papa propôs o encontro em sua resposta oficial a uma carta endereçada a ele e outros líderes cristãos, escrita por 139 estudantes muçulmanos de todo o mundo. O texto pedia a cristãos e islâmicos que trabalhassem em cima de sua crença comum em apenas um Deus.   O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, cardeal Jean-Louis Tauran, disse ao jornal L'Osservatore Romano durante o fim de semana que três representantes dos estudantes viriam a Roma em fevereiro ou março para se preparar para o encontro. Ele não mencionou a data do encontro, mas disse que ela seria realizada durante o outono.   A agenda, ele disse, cobriria três temas principais: o respeito pela dignidade de cada indivíduo, diálogo inter-religioso baseado no entendimento mútuo, e o ensino da tolerância entre os jovens.   "O encontro com uma delegação de alguns dos 138 muçulmanos, que deve ser realizado em Roma na primavera (outono no Brasil), é, de certa forma, histórico", disse Tauran, segundo o L'Osservatore.   Bento XVI enfureceu os muçulmanos após um discurso em setembro de 2006 em que citou um texto medieval que caracterizava alguns dos ensinamentos de Maomé como "diabólicos e desumanos".   Mais tarde, o papa afirmou que "lamentava profundamente" pelas declarações, dizendo que elas não refletiam sua opinião. O Vaticano vem trabalhando desde então para melhorar as relações com os muçulmanos.

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