Visita do papa gera protestos em universidade italiana

Manifesto cobra presença de outras religiões e se refere ao papa como 'representante estrangeiro'

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Por Ansa
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O anúncio da visita do papa Bento XVI à Universidade de Roma, programada para a próxima quinta-feira, por ocasião do início do ano acadêmico, provocou protestos de grupos de professores e estudantes anticlericais, que anunciaram manifestações contra a presença do líder católico. Convidado pelo reitor da universidade romana La Sapienza, Renato Guarini, o papa deverá falar diante de uma platéia de professores e estudantes durante a cerimônia de abertura do ano acadêmico. Segundo nota oficial da universidade, o evento terá como tema "o compromisso pela abolição da pena de morte". Após discurso do prefeito de Roma, Walter Veltroni e do ministro para a Universidade, Fabio Mussi, "o papa Bento XVI fará uma reflexão à comunidade universitária e visitará a capela recentemente restaurada", divulgou a nota. Mais de 60 professores assinaram um manifesto contra a visita do papa a uma universidade laica, evento que classificaram como "incongruente". De acordo com os signatários do manifesto, não se trata de fechar as portas para o diálogo com a Igreja, mas "não se compreende por que o representante de um Estado estrangeiro tenha que inaugurar o ano de uma universidade estatal, nem sequer está claro por que chamar o representante de somente uma religião a um evento de primeiro plano de uma universidade na qual estão representadas outras crenças". "E também a posição do papa sobre Galileu nos humilha e nos ofende", lê-se na carta dos professores dirigida ao reitor da universidade.

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